Pandemia afetou a saúde mental e emocional de mais da metade da população brasileira

Os dados foram revelados pelo Observatório Febraban/Ipespe que ouviu três mil pessoas nas cinco regiões do país

Entre as principais mudanças na vida dos brasileiros provocadas pela pandemia do coronavírus, a saúde mental e emocional foi mencionada por 57%, mais da metade, dos entrevistados pela pesquisa.

Como se não bastassem os sintomas provocados pela COVID-19, os brasileiros, mesmo aqueles que não foram infectados pelo vírus, apresentam aumento do sofrimento psicológico, sintomas psíquicos e até transtornos mentais.
A região mais afetada, com 59% das respostas, foi o centro-oeste do país. Em seguida, está a região norte (58%), na sequência aparece nordeste, com 57% dos entrevistados. Empatadas, com o índice de 56%, estão as regiões sul e sudeste do Brasil.

De acordo com o presidente do Conselho Científico do Ipespe, Antônio Lavareda, esse problema afetou, principalmente, mulheres e jovens. “Cerca de seis em cada dez pessoas ouvidas registraram o impacto da pandemia na sua saúde mental e emocional. As mulheres, submetidas a um estresse ainda maior com a sobrecarga de trabalho doméstico e de cuidados com os filhos sem atividade escolar, reclamaram mais. E também os jovens, impedidos do engajamento social presencial nessa fase da vida, quando essa convivência é tão importante para sua formação”, revela.

O médico psiquiatra pela Universidade Federal de São Paulo e psicoterapeuta, Dr. Alexandre Valverde, notou que em seu consultório, que três quartos de seus atuais pacientes buscaram tratamento após o início da pandemia, ou seja, um aumento de 300%, com condições que foram agravadas ou surgiram em decorrência das restrições e problemas impostos pela pandemia.