Dia Mundial de Higienização das Mãos reforça a importância desta ação. Segundo infectologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, quando conduzido de maneira adequada, este ato individual funciona como uma vacina universal, sendo um dos meios mais importantes para evitar a propagação de vírus e bactérias.
Visando conscientizar a população, principalmente em meio à pandemia, no dia 05 de maio é celebrado o Dia Mundial de Higienização das Mãos. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde em 2009, porém ganhou destaque no cenário pandêmico devido à crescente preocupação em relação a cuidados higiênicos. A limpeza correta das mãos pode reduzir a incidência de infecções respiratórias entre crianças menores de cinco anos de idade em cerca de 25%, segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde. Por mais simples que seja, este ato limita a propagação de bactérias resistentes e, de acordo com o Unicef, se realizada com frequência, a lavagem com água e sabão pode diminuir a probabilidade de infecção por COVID-19 em até 36%.
De acordo com a Dra. Glaucia Fernanda Varkulja, infectologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, quando conduzida adequadamente, a higienização das mãos é, de longe, uma das ações individuais mais importantes para a prevenção de infecções. “Esta atividade sempre foi importante, porém ganhou holofotes durante a pandemia. Não houve uma mudança no protocolo recomendado para esta prática, porém a cultura associada ao ato foi impactada consideravelmente no atual cenário. O álcool em gel, por exemplo, tem ganhado determinado destaque no cotidiano. Pessoas que nunca se preocuparam em levar um frasco com o produto, passaram a carregá-lo”, adiciona a Dra. Glaucia.
A proteção contra a transmissão de germes só é garantida mediante a realização de determinados passos, que poderão variar de acordo com a utilização do álcool em gel, ou da água e sabão. “Temos que cobrir todas as superfícies das mãos durante a limpeza: palmas, dorsos, dedos (sem esquecer os polegares) e suas pontas, além das regiões interdigitais (entre os dedos). Se um indivíduo utilizar água e sabão, ou álcool em gel, para fazer uma higienização apenas de ‘palma com palma’, sem se preocupar com as outras superfícies, algumas regiões não serão eficientemente cobertas. Desta forma, a mão continuará atuando como um veículo de transmissão”, completa a especialista.
Além da área a ser coberta, a quantidade de produto e tempo utilizado são fatores de extrema relevância para que possamos conduzir esta ação da maneira mais adequada. Segundo a infectologista, o prazo mínimo de fricção para garantir uma higienização completa é de 20 a 30 segundos, quando utilizado o álcool em gel. Já para uma lavagem com água e sabão, este tempo poderá dobrar, devido às etapas adicionais que o produto alcóolico dispensa, como molhar as mãos antes, o enxágue e a secagem. Por ser um poderoso antisséptico, o álcool oferece maior praticidade no cotidiano e, por isso, se tornou um grande aliado no combate à COVID-19. Além disso, o produto pode ser utilizado sempre que as mãos estiverem visivelmente limpas.
Quando este procedimento é realizado com água e sabão, existem alertas específicos em relação ao processo de secagem das mãos. Em primeiro lugar, deve-se dar preferência a utilização de produtos descartáveis, como o papel toalha. Produtos de caráter têxtil, como a flanela ou pano, não são recomendados devido a sua função reutilizável, que pode levar à contaminação das mãos por microrganismos. Outro fator indispensável para esta etapa é o cuidado no contato com outros objetos e equipamentos dentro do ambiente onde a higienização foi feita. Nestes lugares, devemos evitar o contato com a torneira, ou até mesmo, a maçaneta da porta, pois a sujeira nestas superfícies pode anular os esforços feitos para garantir uma higienização correta.
Vale notar que não há vestimenta ou equipamento que possa substituir a eficácia desta ação, incluindo as luvas descartáveis, popularmente consideradas um símbolo dos cuidados sanitários. “Não ajuda. No ambiente hospitalar, percebe-se que este equipamento pode acabar atuando como uma barreira para a higiene das mãos. Após colocar as luvas, o indivíduo fica com uma falsa sensação de proteção e passa a conduzir suas atividades diárias como se não precisasse higienizar as mãos. Este fenômeno pode contribuir para a propagação de doenças infecciosas, principalmente no serviço de saúde. Temos que tomar cuidado para não banalizar o uso das luvas”, comenta a Dra. Varkulja.