Cremesp impediu 11 tentativas de registros de falsos médicos nos últimos anos

Documentos falsificados como diplomas e certificado de colação de grau foram apresentados para obtenção do CRM

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) impediu, de 2016 a 2022, 11 tentativas de registro de falsos médicos que, ao requererem o número de CRM — imprescindível para exercício da Medicina — junto à autarquia, apresentaram documentos falsos, como diplomas e certificados de colação de grau. Após o indeferimento dos pedidos, o Cremesp notificou os órgãos competentes, como o Ministério Público Federal (MPF).

Grande parte da documentação foi fraudada utilizando nomes de faculdades públicas e privadas de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. Além disso, houve tentativas fraudulentas de profissionais brasileiros que diziam ter se formado na Bolívia e feito a revalidação do diploma em instituições de ensino no Brasil.

Caso recente

O caso mais recente é o de Gerson Lavisio, falso médico que amputou a perna de um paciente na estrada, após a vítima ficar presa às ferragens em um acidente. Ele se dizia médico socorrista e foi contratado pela Enseg, empresa terceirizada da CCR Rio-SP.

Lavísio tentou obter o registro no Cremesp em fevereiro de 2022, mas o Conselho logo constatou que o diploma apresentado era falso e notificou o Ministério Público Federal. No entanto, mesmo sem o devido registro, a Enseg o admitiu para atuar como médico, apenas com o número de protocolo da sua solicitação no Conselho.

O Cremesp reforça que, em hipótese alguma, um profissional pode ser contratado para trabalhar como médico sem o devido registro no Conselho Regional de Medicina, e que cabe à empresa a realização de uma checagem minuciosa da documentação. Vale ressaltar que, no site do Conselho (www.cremesp.org.br) há o Guia Médico — plataforma que permite verificar, por meio do nome do profissional ou número de CRM, se o mesmo está devidamente registrado e se possui especialidade médica.