Encontro reúne mais de 1.400 participantes para debater financiamento, gestão e políticas públicas do setor
Teve início nesta terça-feira, 12, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), o 33º Congresso Nacional das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos, promovido pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB). Com o tema “Além do cuidar, somos voz: o paciente no centro do debate”, o evento reúne lideranças do setor, gestores, autoridades e empresas para discutir o papel estratégico das instituições filantrópicas na saúde pública brasileira.
Na solenidade de abertura, representantes de entidades e do governo federal destacaram a importância dessas instituições para a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, os hospitais filantrópicos respondem por cerca de 60% das internações de alta complexidade realizadas no SUS, sendo essenciais para garantir acesso, qualidade e humanização no atendimento.
O presidente da CMB, Mirocles Veras, abriu os trabalhos com uma fala de reconhecimento e de reforço à interlocução com o poder público. Ele prestou homenagem ao vice-presidente Geraldo Alckmin e destacou a relevância do diálogo institucional com o Ministério da Saúde e o Congresso Nacional.
“Reconhecemos os desafios e a complexidade da agenda das autoridades que nos apoiam, e agradecemos profundamente a atenção que sempre dispensaram às nossas instituições. É por meio dessa interlocução constante com o Ministério, com as Santas Casas e com a Constituição Federal que avançamos em benefício das nossas cidades”, afirmou, cumprimentando nominalmente o ministro Alexandre Padilha, o secretário Adriano Massuda e o deputado federal Antônio Brito, aliado histórico do setor.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou que a consolidação de políticas públicas voltadas ao setor filantrópico é uma decisão de Estado. “Ao sancionar uma lei que concretiza uma demanda histórica, o Estado brasileiro assume um compromisso político que precisa ser permanente. Essa política foi prometida por anos, mas apenas agora, com muito empenho, foi aprovada e sancionada. Nosso objetivo é que nenhum futuro presidente possa retroceder nesse avanço. Mesmo após os impactos severos da pandemia, conseguimos alcançar, em 2024, o recorde de mais de 14 milhões de cirurgias eletivas, graças ao esforço conjunto do Governo Federal, estados, municípios e instituições como as Santas Casas”, destacou.
O vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, também ressaltou a urgência de medidas estruturantes para garantir a sustentabilidade do sistema. “Precisamos também refletir sobre o excesso de intervencionismo na saúde. O Japão, por exemplo, investe menos que os Estados Unidos e tem expectativa de vida oito anos maior. Em 2018, constatamos que o Brasil tinha 30 mil unidades de saúde e 30 mil leitos fechados por falta de custeio. O desafio não é só curar, é garantir a manutenção e o avanço do atendimento. Medidas estruturantes, como as anunciadas pelo ministro Padilha, são essenciais para mudar esse cenário”, afirmou.
A Federação Brasileira de Hospitais (FBH) foi representada pelo seu presidente, Reginaldo Teófanes, que reforçou o compromisso da entidade com a construção de políticas públicas e soluções que assegurem o equilíbrio econômico e a valorização das instituições hospitalares. A entidade defende que a filantropia, além de seu papel assistencial, seja reconhecida como parte indissociável da rede pública de saúde.
Com programação até a próxima quinta-feira, 14, o congresso contará com painéis, palestras e espaços de networking, abordando temas como financiamento do setor, inovação em gestão, qualificação da assistência e desafios regulatórios. Mais de 1.400 participantes são esperados, fortalecendo o diálogo entre o setor filantrópico, o poder público e a iniciativa privada.