A saúde mental como pauta para os profissionais de RH

De Rafael

Deveres e desafios dos gestores com a saúde integral dos colaboradores

A Organização Mundial da Saúde apontou, em 2021, o Brasil como o país mais ansioso do mundo e o segundo na classificação de diagnóstico de depressão. O mesmo estudo mostra que 18,6 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo de transtorno de ansiedade. Aliado a isso, o Conselho Federal de Farmácias revelou que a venda de antidepressivos e ansiolíticos têm aumentado cada vez mais.

Falar de saúde mental não é apenas uma tendência que veio com a pandemia, ou um assunto discutido no mês de janeiro com a campanha “Janeiro Branco”, mas é um tema que deveria estar constantemente na pauta das empresas. Isso é o que Eliane Ramos, presidente do Conselho Deliberativo da ABRH Brasil, defende. “Todas essas informações vieram para mostrar que a saúde é o que temos de mais valioso. Então, como teremos empresas que não cuidam da saúde dos colaboradores? Digo a saúde integral: física, mental, social, espiritual e financeira. Esse assunto é pauta das empresas, tanto que há organizações criando diretorias de saúde e bem-estar para cuidar do seu maior patrimônio, que são as pessoas”.

Eliane explica que hoje há a conscientização do líder falar sobre suas dificuldades e vulnerabilidades e isso deve incentivar os demais gestores a fazerem o mesmo e a todos terem o mesmo cuidado. A Síndrome de Burnout foi classificada, a partir de janeiro de 2022, como uma doença do trabalho, que é o estresse crônico e que pode acontecer pela cobrança excessiva, horários irregulares, metas impossíveis, relações desgastadas, ambientes tóxicos e inadequados.

“O Burnout tem essa dimensão emocional e física e sabemos que esse estresse decorre de uma gestão inadequada e insatisfatória da relação intra e interpessoal. A pessoa que é diagnosticada com a síndrome não consegue administrar suas tarefas e isso acaba aumentando o grau do estresse negativo, gerando o estresse crônico, que compromete o desenvolvimento físico e mental desse profissional e, claro, isso impacta diretamente sua produtividade. Homens e mulheres precisam de um tratamento e cuidado e discutirmos essas práticas de bem-estar em um ambiente corporativo é fundamental”, ressalta.

O mundo está cada vez mais acelerado e pesquisas mostram que as empresas que têm essa preocupação com o bem-estar do profissional, em média 80% das organizações, possuem melhores resultados. “Sabemos o tanto que impacta nas empresas os conflitos, problemas familiares, desalinhamento com a cultura, cansaço, estresse, depressão, problema de relacionamento. Isso tudo sabemos que é importante para a empresa. Qualquer programa de bem-estar representa um investimento em tempo, claro, mas traz grandes benefícios. O reconhecimento da saúde emocional é um fator fundamental para o engajamento dos colaboradores. Ele vai promover uma saúde física, uma saúde mental, melhorando a produtividade, elevando os resultados da empresa e é um tema extremamente importante na área de RH”, finaliza Elaine.

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