Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos), se encontrou com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga no último dia 29 em Brasília. Dentre os principais objetivos do encontro, o foco era tratar sobre o reajuste dos preços da Tabela SUS (índice de referência para compra de dispositivos médicos para hospitais públicos de todo Brasil) e também para linha de oxigenadores. De 2009 para 2021, o valor de custo de produção subiu 129,4%, mas o Governo Federal está oferecendo um aumento de apenas 23% no valor pago pelo item, na última portaria publicada no Diário Oficial da União em janeiro de 2022.
Na ocasião, o executivo estava acompanhado de Patrícia Braile e Mário Tanigawa, representantes das empresas Braile Biomédica e Nipro Medical, respectivamente. Ambos abordaram os problemas que vêm enfrentando devido à falta de reajustes. Segundo Fraccaro, “a pandemia nos mostrou que é fundamental que possamos contar com a fabricação local de itens essenciais, como os oxigenadores, e essas são as duas únicas empresas brasileiras que abastecem o SUS. Temos, como entidade, que preservar os fabricantes que possuem tecnologia para atender à demanda do sistema público”, afirmou.
Apesar de afirmar que o Ministério está com falta de recursos no momento, Queiroga reconheceu a importância da questão levantada. Como próximos passos, há previsão de que um trabalho seja publicado em maio, especificamente para os oxigenadores, prevendo um aumento próximo do que foi solicitado pela Associação. “Ficamos satisfeitos e contentes, já que estamos há quase um ano nessa luta”, finalizou Fraccaro. Importante lembrar que a tabela havia sido criada em 2002 e, desde então, não era reajustada. Apesar disso e, para facilitar os cálculos, a entidade fez uma estimativa sobre o impacto do custo dos produtos somente a partir de 2009.