Segundo a Abracro (Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica), evidências fornecem outras e novas opções de tratamento para os pacientes em atendimento pelo SUS
No dia 19 de setembro, o SUS completa 32 anos. Considerado a principal porta para a assistência médica pública no Brasil, ele é o único sistema de saúde público do mundo todo que atende aproximadamente mais de 150 milhões de pessoas, com abrangência universal e acesso de forma democrática.
De acordo com o Ministério da Saúde, em levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 71,1% dos brasileiros buscaram por atendimento nos serviços públicos de saúde, dos quais 47,9% foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 33,2% conseguiram pelo menos um dos medicamentos necessários para seus tratamentos também por meio do SUS.
Apesar de ser um mercado importante, estratégico e com potencial de desenvolvimento (um dos seis maiores do mundo), os déficits de investimento na área da Pesquisa Clínica têm impacto direto no desenvolvimento e produção de novos medicamentos e tratamentos.
Recentes movimentos das Leis de Diretrizes Orçamentárias para bloquear e reduzir recursos para a área, com bloqueio de R$2,5 bilhões nos recursos destinados à Pesquisa Científica, coloca em discussão a real importância da área e inviabiliza toda uma cadeia produtiva, além de prejudicar o Sistema Único de Saúde (SUS), já que a Pesquisa Clínica se torna um pilar fundamental na garantia de tratamentos e medicamentos cada vez mais adequados para as pessoas de maneira mais democrática.
De acordo com o Ministério da Saúde, em levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 71,1% dos brasileiros buscaram por atendimento nos serviços públicos de saúde, dos quais 47,9% foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 33,2% conseguiram pelo menos um dos medicamentos necessários para seus tratamentos também por meio do SUS.
“Neste sentido, nós vamos em direção contrária ao que deveria ser feito. Esse investimento em Ciência e em Pesquisa deve ser permanente e crescente para proteger a nossa população. Não podemos ter um olhar tão a curto prazo. Acredito que o desafio é olhar para o futuro e pensar onde queremos que o nosso mercado esteja daqui a 10 anos”, afirmou Fernando de Rezende Francisco, Gerente Executivo da Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica (Abracro).
Diante deste cenário, com a maior parte da população brasileira buscando atendimento gratuito, a Pesquisa Clínica se torna um pilar fundamental na garantia de tratamentos e medicamentos cada vez mais adequados para as pessoas de maneira mais democrática. “As etapas dos Ensaios Clínicos vão garantir a eficácia e segurança dos tratamentos e medicamentos que estão sendo colocados à disposição desses pacientes”, explica Francisco.
De acordo com levantamento da Abracro, entre 2006 e 2019, mais de 247 mil estudos clínicos foram realizados no mundo todo. Desse total, mais de 6 mil no Brasil. Desde a fundação da associação, no entanto, o Brasil saiu do patamar de 300 estudos por ano para uma média de quase 600 novos estudos por ano nos últimos cinco anos, de acordo com levantamento feito pela National Library of Medicine (NLM), ligada ao National Institutes of Health (NIH), pertencente ao governo dos Estados Unidos.
E para se ter uma ideia, só na pandemia, estiveram em curso no mundo mais de 400 ensaios clínicos de medicamentos e terapias para combater o coronavírus, de acordo com levantamento feito pela NLM. Mundialmente, durante esse período, o Brasil participou de cerca de 3,85% dos estudos relacionados à Covid-19. Além disso, no país, segundo o Ministério da Saúde, o percentual de estudos em estágios iniciais evoluiu de 27% em 2018 para 40% em 2020, e mais de 100 centros brasileiros de pesquisa estiveram envolvidos nos processos.
“Os Estudos Clínicos feitos no Brasil são essenciais para desenvolvermos alternativas de tratamentos e medicamentos que façam cada vez mais sentido para a nossa população e para a realidade da nossa geolocalização”, completou Rezende.