Brasil recruta pacientes com COVID-19 em estudo clínico Fase 3 de antiviral para tratamento inicial da doença

De Rafael

Sete centros de referência no Brasil participam de pesquisa clínica do medicamento oral experimental molnupiravir

Sete centros de pesquisa no Brasil estão recrutando pacientes com COVID-19 confirmado para a Fase 3 da pesquisa clínica de molnupiravir, um medicamento antiviral oral experimental que atua impedindo a replicação do vírus e que tem potencial de ação em diversos vírus RNA, incluindo o SARS-CoV-2. O medicamento está sendo desenvolvido pela biofarmacêutica americana MSD, em colaboração com a Ridgeback Biotherapeutics.

O estudo incluirá pacientes que tenham, no mínimo, 18 anos de idade, com teste positivo para COVID-19 nos últimos 4 dias, com pelo menos um sintoma de COVID-19, como febre, tosse ou perda do paladar ou do olfato, que não estejam hospitalizados, que não tenham recebido a vacina contra a COVID-19, além de outros critérios específicos exigidos no protocolo de pesquisa.

O estudo acontece simultaneamente em diversos países e, aqui no Brasil, o tratamento será testado em sete centros: três em São Paulo (dois na capital e um em São José do Rio Preto no interior), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Bento Gonçalves (RS).

“Estamos entusiasmados com o início dessa fase decisiva de pesquisa. Por se tratar de um medicamento oral, que pode ser administrado em casa, o molnupiravir tem o potencial de ajudar os pacientes com COVID-19 já no início da doença”, afirma Luis Filipe Delgado, diretor executivo de Pesquisa Clínica da MSD no Brasil”. “Já temos resultados muito positivos com as vacinas na parte de prevenção e esperamos que esse tratamento antiviral oral tenha o potencial de ser um forte aliado no tratamento de pacientes e no combate à pandemia”, acrescenta Delgado.

A decisão de prosseguir com o recrutamento foi baseada em uma análise interina de dados da primeira etapa do estudo Fase 2/3 com participantes não hospitalizados, que mostrou que a porcentagem de pacientes que foram hospitalizados e/ou morreram foi menor quando administrado molnupiravir versus o placebo. O estudo MOVe-OUT avaliará molnupiravir na dose de 800 mg, por via oral, duas vezes ao dia, por cinco dias. Essa dosagem e forma de administração foram determinadas na fase anterior de pesquisa sobre o medicamento, finalizada em março deste ano, e que forneceu evidências para a atividade antiviral de molnupiravir em pacientes não hospitalizados com COVID-19 confirmado ou com sintomas iniciais. Na etapa atual da investigação, será avaliada a segurança e a eficácia do medicamento com um grupo maior de pacientes. Os dados finais do estudo MOVe-OUT são esperados para outubro de 2021.

MSD e Ridgeback Biotherapeutics planejam compartilhar outros resultados do programa de desenvolvimento de molnupiravir em andamento à medida que atualizações se tornem disponíveis. A empresa prevê a submissão às agências regulatórias para autorização de uso emergencial de molnupiravir, conforme andamento dos estudos no segundo semestre de 2021, e planeja iniciar um programa clínico para avaliar o uso de molnupiravir para profilaxia pós-exposição no segundo semestre de 2021.

Para mais informações sobre o ensaio, visite clinicaltrials.gov (NCT04575597).

 

Crédito da imagem: Freepik

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