De acordo com o presidente da entidade, Dr. Vilmar Marques, o levantamento realizado em centros hospitalares que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas principais capitais, revelou que a queda nos atendimentos de mulheres em tratamento, nos meses de março e abril, logo no início da pandemia, foi em torno de 75%, em comparação ao mesmo período de 2019, já a Rede Brasileira de Pesquisa em Câncer de Mama, em parceria com a SBM, mostrou que o número de mamografias entre janeiro a julho de 2020 caiu 45% em relação ao ano anterior. Tudo devido ao medo de se contaminar durante o deslocamento e também ao dar entrada na unidade de saúde. E, embora nos meses seguintes isso tenha amenizado, muitas pacientes ainda se mantiveram resistentes. “Não sabíamos que a pandemia duraria tanto tempo. Entendo o medo delas, mas o câncer não espera. Interromper o tratamento é um risco muito grande, maior do que contrair o vírus, já que os hospitais estão seguindo todos os protocolos sanitários”, afirma o médico.
Dentro desse cenário, o mastologista diz que o plano de vacinação do governo deve incluí-las, além dos pacientes de outros tipos de câncer, nos primeiros grupos, ao lado de outros públicos prioritários, como os idosos. “Essa atitude representa a vida dessas pacientes. É de extrema necessidade e não podemos aguardar mais, pois o câncer não espera. Muitas já perderam meses de tratamento”, alerta.
Segundo o presidente, a Sociedade Brasileira de Mastologia está preocupada com essa situação levando em consideração a imprevisibilidade da vacinação em massa, o cenário das unidades do SUS, ainda sob os efeitos dos casos de COVID-19 (trabalhando perto da lotação) e também a ausência da telemedicina no SUS, o que inviabiliza o atendimento à distância que já ajudaria. “Os mastologistas de todo o país entendem o cenário crítico devido à incidência crescente do COVID-19 nessa nova onda, porém, sem atendimento remoto e sem as mulheres indo às unidades, só nos resta priorizá-las na imunização para que tenham maior tranquilidade de se deslocarem em médio prazo e continuarem o tratamento. Estamos falando de vidas ameaçadas”, conclui o Dr. Vilmar Marques.