Departamento de Qualificação

O DEPARTAMENTO DE QUALIFICAÇÃO DA FBH foi criado pela Portaria FBH n.º 001, de 08 de fevereiro de 2017, em consonância com a Resolução Normativa RN 405/2016 da Agência Nacional de Saúde – ANS, que dispõe sobre o Programa de Qualidade dos Prestadores de Serviços na Saúde Suplementar – QUALLIS. Esse programa consiste no estabelecimento de atributos de qualificação relevantes para o aprimoramento da qualidade assistencial oferecida pelos prestadores de serviços na saúde suplementar.

A FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAIS – FBH, entidade sem fins lucrativos e representando o setor hospitalar brasileiro há 55 anos, norteando seus princípios estatutários também dedica seus esforços na melhoria da qualidade de seus prestadores de serviços na observância dos princípios da lei.

A Qualificação é um conjunto de fatores baseados em métodos e padrões definidos para avaliar, garantir, dar segurança e qualidade na assistência à saúde. Tem caráter educativo, voltado sempre para a melhoria continua do estabelecimento, sem finalidade de fiscalização ou controle sanitário. O processo é guiado por quatro princípios fundamentais: voluntário, anual, reservado e individualizado.

Consideramos que a busca constante pela melhoria da qualidade dos serviços prestados é o caminho para a sobrevivência das instituições de saúde que prezam pelo atendimento de excelência, pois qualidade agrega valores, gerando retorno para o estabelecimento e usuários. Essa meta é proporcionada pela Qualificação da FBH.

Como principais objetivos e valores do processo de Qualificação das instituições de saúde temos:

Objetivos Gerais:
• Tornar as instituições, mais voltadas para o avanço da segurança e qualidade dos serviços prestados;
• Proporcionar padrões de assistência diferenciados para o atendimento aos clientes e a sociedade;
• Manter o processo de Qualificação dinâmico, impedindo sua estagnação e acomodação.

Objetivos Específicos:
• Esclarecer sobre a relevância e a necessidade de atender as legislações vigentes;
• Motivar o associado a promover seu crescimento, rentabilidade, produtividade e qualidade, observando o nível de satisfação dos usuários e familiares;
• Incentivar a implantação de mecanismos que auxiliem na melhoria do comprometimento, desempenho e qualificação da equipe multiprofissional;
• Promover a segurança do paciente como foco principal;
• Avaliar de forma técnica e impessoal cada estabelecimento de saúde.

Valores que Conduzem nossa Missão:
• Ética e transparência;
• Respeito à adversidade;
• Busca pela excelência;
• Atualização e Divulgação;
• Responsabilidade Socioambiental;
• Valorização e promoção do desenvolvimento da equipe multiprofissional;
• Comprometimento.

O programa de Qualificação possui mais de 20 anos de experiência e já auxiliou várias instituições, tendo como resultado a melhoria na assistência e prestação de serviços. A Qualificação objetiva a qualidade do atendimento, o bom gerenciamento administrativo e a constante otimização da produtividade. Sendo assim, atividades e serviços são pré- estabelecidos por meio da criação de protocolos e fluxos de atendimento assistencial voltados para a segurança, alinhados aos princípios de excelência.

A segurança do paciente e a gestão da qualidade é o foco da metodologia. O processo de Qualificação identifica as condições de práticas inseguras e orienta as organizações na promoção do cuidado seguro, reduzindo riscos e estimulando o crescimento contínuo. As instituições que possuem o selo de Qualificação são reconhecidas por seu modelo de gestão e pelos avanços que refletem na qualidade do atendimento.

Nossa metodologia teve início em 1994 quando foi criado o primeiro Manual de Qualificação. A diretoria da AHEG contratou uma equipe sem vínculo com os hospitais goianos, de técnicos paulistas ligados a UNICAMP Universidade de Campinas) e consultores do Ministério da Saúde, com reconhecida experiência para elaboração do primeiro Manual. Em 1995 após um ano da sua elaboração foi novamente revisado, tendo dessa vez como base a publicação em português pela Federação Brasileira de Hospitais-FBH do Manual de Acreditação que se tornou apto para uso sob a supervisão da OPAS/OMS, obtendo assim uma Qualificação com um grau de refinamento e detalhamento maior. A partir daí ano após ano essa metodologia vem sendo constantemente aprimorada e atualizada desde a sua criação.

E em 2017 houve a junção de uma equipe de avaliadores e gestores da saúde para uma significativa mudança no Manual de Qualificação, acrescentando em seu modelo de avaliação alguns critérios aplicados pelas entidades acreditadoras nacionais e principalmente internacionais, tendo como foco a legitimação da qualidade dos serviços de saúde no país, a segurança do paciente, o aprimoramento da gestão, governança clínica, maximização da segurança dos profissionais da saúde, construção de processos internos de excelência, melhoria continua na qualidade da assistência, respeito aos direitos dos pacientes, familiares, e colaboradores da instituição, gerenciamento de fármacos e analise de indicadores. Foram incorporadas também atualizações de legislações da ANVISA, Organização Mundial da Saúde- OMS, Ministério do Trabalho-MT e Ministério da Saúde-MS.

Com isso o Manual tornou-se único e exclusivo, sendo voltado para uma avaliação bem mais criteriosa das instituições de saúde. Embora o crescente desenvolvimento vise uma melhoria dos parâmetros de qualidade das condições das instituições prestadoras de serviços de saúde, tanto para o paciente quanto para os profissionais, nosso Manual teve o cuidado de se adequar também à realidade Brasileira, permitindo a evolução gradativa das unidades prestadoras de serviços saúde, passando pela estrutura até chegar nos processos.

Para que o trabalho executado mantenha sua relevância, a Qualificação dispõe de profissionais médicos, enfermeiros e farmacêuticos, todos com uma vasta experiência e conhecimento sobre políticas de gestão, qualidade assistencial, segurança do paciente e liderança. O trabalho de visita sempre será desenvolvido por profissionais que além dos requisitos individuais referidos, devem apresentar histórico de bom desempenho no trabalho em equipe e compromisso de sigilo, para assegurar a confidencialidade e confiabilidade do processo de avaliação e a preservação dos melhores interesses das instituições envolvidas.

4.1 Etapas do Processo

4.1.1 SOLICITAÇÃO

A instituição associada que deseja obter a qualificação deve solicitar voluntariamente uma visita, e se preparar para uma avaliação que irá analisar todos os processos adotados na instituição. A partir desse momento ela recebe um documento com todas as informações sobre o processo. Após a concordância da instituição com os itens descritos e a assinatura da diretoria, é agendada a Visita Diagnóstico.

FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO DA VISITA
LISTA DE DOCUMENTOS VERIFICADOS NA VISITA DE QUALIFICAÇÃO

4.1.2 QUALIFICAÇÃO DIAGNÓSTICO

Nessa etapa é realizada uma Visita Diagnóstico in loco com a aplicação do Manual de Qualificação, resultando somente em um relatório Diagnóstico, sem a liberação da Qualificação atingida, o qual será enviado a direção. Os avaliadores verificam as sessões e subseções da instituição relatando em formulário próprio a pontuação especifica obtida. Destacando que quanto maior a adesão da instituição, seja na implantação ou reestruturação dos itens relacionados, maior a pontuação atingida. São analisados os seguintes critérios:

  • GESTÃO DE LIDERANÇA/ADMINSITRAÇÃO;
    São avaliados os pontos relacionadas ao sistema de governo da organização. Nela estão presentes as subseções: liderança, diretrizes administrativas, governança clínica, planejamento dos gestores frente a melhoria da qualidade institucional, relacionamento da alta gestão com o paciente:
    • Administração;
    • Direção Geral;
    • Gestores Setoriais.
  • GESTÃO DE PESSOAS E APRIMORAMENTO:
    A disponibilidade da instituição frente a constante qualificação das equipes, o envolvimento e adesão dos colaboradores incluindo corpo clinico perante as ações da instituição, a preocupação da alta gestão com a saúde e os direitos dos colaboradores, se a estrutura oferece boas condições de trabalho, quadro de funcionários condiz com a demanda do atendimento, certidão de regularidade atualizada de todos os funcionários perante seus conselhos, especialização comprovada do corpo clinico e outros, critérios para contratação dos colaboradores da instituição:
    • Equipe Multiprofissional;
    • Equipe Administrativa;
    • Corpo Clinico;
    • Programas de Qualidade de vida para colaboradores;.
  • GESTÃO ASSISTENCIAL;
    Abrange tudo que se refere a assistência direta ao paciente. A finalidade é agrupar as unidades envolvidas na assistência, todos que mantem contato direto com o paciente, todos os processos implantados pelo estabelecimento frente a segurança do paciente e a qualidade prestada, os serviços médicos, a equipe multiprofissional envolvida. Ou seja, avaliamos todos os processos desde a entrada do paciente até a sua saída:.
    • Pronto Atendimento;
    • Emergência;
    • Ambulatório;
    • Unidade de Internação adulto e infantil;
    • Unidades de Terapia Intensiva adulto, pediátrica e neonatal;
    • Centro Cirúrgico/Maternidade.
  • GESTÃO DE APOIO DIAGNÓSTICO;
    Agrupa todos os envolvidos no diagnóstico e apoio ao mesmo, avaliamos a resolutividade dessa sessão, a implantação dos processos frente a segurança do paciente e a qualidade prestada, o gerenciamento das tecnologias utilizadas, a disponibilidade da instituição frente a constante aprimoramento das equipes especificas em cada função:
    • Laboratório de Análises Clínicas;
    • Banco de Sangue/Hemoterapia;
    • Serviço de Diagnóstico por Imagem;
    • Radioterapia;
    • Terapia Antineoplásica;
    • Hemodiálise;
    • Fisioterapia;
    • Anatomia Patológica;
    • Medicina Nuclear;
    • Métodos endoscópicos e videoscópicos.
  • GESTÃO DE APOIO TÉCNICO:
    É observado se há a participação ativa dos vários setores do estabelecimento nas comissões formadas, e se esses setores trabalham em consonância buscando oferecer um bom padrão de assistência e qualidade para atender às necessidades de implementação dos cuidados hospitalares. Existe a promoção de metodologias para mudanças de hábitos e culturas, processo educativo regular e amplo que envolva profissionais de todos os setores com participação direta da alta direção, soluções tecnológicas que garantam a eficiência hospitalar e se a instituição planeja, implementa e avalia constantemente o programa de qualidade implantado:
    • CCIH;
    • CIPA;
    • Comissões;
    • TI;
    • Setor da Qualidade;
    • Núcleo de Segurança do Paciente.
  • GESTÃO DE APOIO LOGISTICO:
    São avaliados nessas sessões as ações técnicas que abrangem as etapas de abastecimento, fornecimento, estocagem, resolutividade e produção, cada uma dessas etapas será criteriosamente analisada, e a disponibilidade da instituição frente a constantes aprimoramento das equipes de cada setor:
    • Suprimentos/Abastecimento;
    • Farmácia;
    • Serviço Nutrição;
    • Central de Materiais Esterilizados;
    • Lavanderia;
    • Serviço de Higiene e Limpeza;
    • Serviço de Transporte/Remoção;
    • Necrotério;
    • SAME.
  • GESTÃO DE INFRAESTRUTURA;
    Estão encaixados os serviços de infraestrutura institucional e apoio aos processos da organização. Serão avaliados a preocupação da instituição frente a qualidade e segurança das estruturas, a manutenção das documentações atualizadas com a comprovação através de laudos, processos descritos implantados, alvarás, contratos de todos os serviços terceirizados e cronogramas de manutenção preventiva e corretiva de toda estrutura:
    • Manutenção de Equipamentos;
    • Manutenção predial;
    • Sistema de Segurança;
    • Sistema Elétrico;
    • Estrutura funcional;
    • Serviço de transporte e circulação de resíduos;
    • Controle da Potabilidade da Agua (limpeza caixa d agua, exame fisioquímico e bacteriológico);
    • Serviço de Dedetização.
  • GESTÃO DE INDICADORES;
    Utiliza indicadores para monitorar o desempenho hospitalar, com base na sua organização, nos recursos envolvidos e na metodologia de trabalho. Eles que norteiam a gestão clínica, a gestão por processos e o planejamento estratégico da instituição. Serão analisados todos os indicadores implantados, para uma avaliação da assistência prestada, da quantidade e tipo de recursos envolvidos, do controle dos custos gerados na prestação dos serviços e do grau de resolutividade da instituição frente os dados obtidos.
    • Analise de todos os indicadores da instituição.
  • MONITORAMENTO DE RESULTADOS;
    São avaliados através da apresentação de dados, o monitoramento contínuo, cotidiano, por parte dos gestores e gerentes, do desenvolvimento dos programas e políticas implantados em relação aos objetivos e metas traçados, e a atitude da instituição frente aos resultados negativos ou não atingidos.

4.1.3 ELABORAÇÃO E ENTREGA DO RELATÓRIO

Na fase de elaboração dos relatórios, a equipe de avaliadores ficará encarregada de elaborar o Relatório Diagnóstico para a direção do estabelecimento, no qual estará descrito os itens a serem implantados e alinhados aos padrões determinados pela Qualificação. Após o envio do relatório é dado um prazo de 3 meses para as adequações sugeridas. Durante esse período a equipe de Qualificação ficara disponível para auxiliar e tirar todas as dúvidas sobre o processo e as sugestões apresentadas no relatório, que é enviado em até 5 dias úteis após a visita.

4.1.4 QUALIFICAÇÃO FINAL

Nesse estágio o processo é concluído, os mesmos avaliadores que realizaram a Visita Diagnóstico, após os 3 meses retornam à instituição para a Visita Final. O Manual de Qualificação é novamente aplicado, dependendo do preenchimento dos requisitos solicitados resulta-se na emissão das qualificações por níveis, sendo elas: QI, QII, QIII e QIV. O sistema de Qualificação gera um selo de qualidade que será enviado a direção. As instituições que possuem esse selo são reconhecidas pelas melhorias realizadas e pelo serviço de qualidade oferecido, se destacando.

Para solicitação do manual de qualificação envie um e-mail para: fbh@fbh.com.br

Os níveis de Qualificações são determinados através do alcance dos seguintes percentuais:

Níveis
Porcentagem Final
Qualificação QIV
95 a 100%
Qualificação QIII
80 a 94,99%
Qualificação QII
60 a 79,99%
Qualificação QI
Até 59,99%

Essa reformulação do Manual de Qualificação gerou mudanças sólidas nas instituições em que foram implantadas. Foram observados avanços significativos na segurança do paciente, aplicação dos processos, implantação de um canal de comunicação mais eficiente entre as equipes, constante aprimoramento na educação continuada dos colaboradores, ampla participação da classe médica e da direção, maior investimento na qualidade dos serviços prestados, crescente busca das instituições qualificadas por entidades acreditadoras após passarem pelo processo criterioso da Qualificação.

Essas melhorias foram importantes para confirmar a importância e credibilidade do trabalho realizado, impulsionando cada vez mais na busca pelo aprimoramento contínuo.