De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil brasileiros sofrem infarto agudo do miocárdio por ano; Episódios entre adultos com até 30 anos subiram 13% desde 2013
Mão próxima ao coração e uma dor incômoda na região do tórax. Essa cena, que não é incomum, pode estar ligada a diferentes causas, como problemas respiratórios, fadiga muscular ou ansiedade. No entanto, é preciso estar atento a características específicas, já que o sinal também pode indicar um infarto.
De acordo com Leopoldo Piegas, coordenador do Programa do Infarto Agudo do Miocárdio Hcor, pessoas com pressão alta descontrolada e/ou colesterol alto devem procurar um médico, caso apresentem dor torácica. Mas não só elas. Estresse, tabagismo, sedentarismo e má alimentação também são fatores de risco para a ocorrência de um infarto agudo do miocárdio.
“Para se ter uma ideia, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil brasileiros sofrem infarto agudo do miocárdio por ano, com uma alta taxa de mortalidade, que pode chegar a 30%”, ressalta Piegas.
O cardiologista destaca ainda que, embora historicamente os homens infartem mais, isso não isenta as mulheres dos cuidados com a saúde cardiológica.
“Ao contrário do ginecologista, que costuma ser visitado por elas todo ano desde muito cedo, os cardiologistas não são tão presentes na rotina médica das mulheres, e isso é algo que precisa ser revisto”, pontua.
Infarto não é “coisa de gente mais velha”
Segundo o Ministério da Saúde, desde 2013, os episódios de infarto entre adultos com até 30 anos subiram 13%. O estresse repentino, que é tido como a causa de cerca de 15% dos casos de infarto, por provocar o fechamento de uma artéria coronária, também não “escolhe” idade.
Outro número que mostra que a ameaça de infartar começa muito mais cedo do que se imagina é o de pacientes com pressão alta. No país, são 36 milhões de adultos brasileiros com diagnóstico de hipertensão arterial, de acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). O quadro é um alerta para o desenvolvimento de problemas cardíacos.
“Muitos fatores de risco para ocorrências de infarto não têm relação direta com a idade, por isso, a recomendação é que os cuidados com o coração e as consultas médicas sejam feitas de forma precoce”, reforça o especialista.
Mas, como saber se a dor no peito demanda atenção?
A dor torácica coronariana, que pode indicar um infarto, é localizada na região central do tórax (retroesternal) ou difusa, daquelas que irradia para outras áreas. Ela é percebida como um aperto, opressão, pressão ou queimação.
“O principal sinal do infarto é a dor aguda no peito, que perdura por mais de 20 minutos e se irradia para o braço ou ombro esquerdo. Além disso, a pessoa pode sentir desconforto em toda a região torácica, assim como falta de ar, fadiga, azia, suor excessivo, dor nas costas e no pescoço”, explica o especialista.
São exatamente essas informações que passarão a ser disseminadas para a sociedade em uma nova campanha do hospital, intitulada “Tempo é Vida”. As peças de comunicação 360 serão lançadas para reforçar a importância de não ignorar sinais de desconforto no tórax e nos membros superiores, relembrando que a sociedade precisa estar atenta à saúde cardiovascular.
Assim, ao procurar ajuda médica, o ponto de partida para o rastreamento é o eletrocardiograma, que juntamente com as enzimas cardíacas fornecem uma avaliação do risco do paciente, que pode ser baixo, intermediário ou alto.
“Caso o eletrocardiograma não indique infarto agudo evidente, a investigação pode continuar com exames adicionais como o teste ergométrico, ecocardiografia, cintilografia e angiotomografia das artérias”.
Hospital conta com Programa de Cuidados Clínicos especializado
No Hcor, todo o atendimento de pacientes infartados é conduzido por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, educadores físicos e assistentes sociais.
O time atua de forma integrada, com o objetivo de melhorar os resultados do diagnóstico e tratamento e promover a educação do paciente e seus familiares, com acompanhamento pós-alta, através de contato telefônico para verificar adesão ao tratamento, e encaminhamento precoce se houver demanda, reduzindo o risco de readmissões.
A implantação de um programa de cuidados exclusivo permitiu que a taxa de pacientes que conseguem fazer a reabertura coronária em menos de 90 minutos chegasse a 90%, e reduziu pela metade a mortalidade desses pacientes com quadros agudos, caindo de 6% para 3%.
A atuação de uma equipe múltipla também garante que o paciente tenha atendimento especializado independentemente da complicação que possa vir a ter.
O hospital foi o primeiro do Brasil a receber a certificação de qualidade internacional da Joint Commission International (JCI) para um programa clínico de Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio, em 2013 (sendo recertificado em 2015, 2018 e 2021). Isto confirma a qualidade e segurança na assistência para os seus pacientes durante a internação e após a alta hospitalar.