Entre 30% e 40% de mulheres diagnosticadas enfrentam infertilidade. Se descoberta cedo, tratamento previne que condição atinja níveis graves
A endometriose afeta 8 milhões de mulheres no Brasil e 200 milhões no mundo todo, porém ainda é pouco falada fora dos consultórios médicos. Diante da falta de informação, a condição costuma levar anos para ser descoberta, dificultando o tratamento. Dentre os seus sintomas, dois afetam de forma severa a vida da mulher: as cólicas e a dificuldade em engravidar, um sonho entre boa parte da população feminina. Estimativas da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE) apontam que entre 30% e 40% das mulheres diagnosticadas com a condição também enfrentam a infertilidade.
“Para que mais mulheres tenham a oportunidade de conhecer melhor seus corpos, além do diálogo aberto com os médicos, é primordial que falemos mais sobre a endometriose, que haja mais informação e conscientização sobre o tema. Por meio da informação e da escuta, é possível antecipar o diagnóstico, fator que impacta muito o sucesso do tratamento e a qualidade de vida da mulher”, destaca o Dr. Patrick Bellelis, ginecologista especialista em endometriose.
Por que a endometriose pode causar infertilidade
O útero é revestido pelo endométrio, um tecido que descama e é eliminado durante o ciclo menstrual, caso a mulher não esteja grávida. Quando a endometriose está presente, esse tecido cresce fora do útero, em diferentes partes do aparelho reprodutivo feminino, mudando a anatomia desses órgãos conforme a inflamação vai se agravando. É exatamente por conta dessa alteração que a infertilidade pode aparecer, além das cólicas de forte intensidade.
A endometriose pode causar também dor durante a relação sexual, dor e sangramento ao urinar ou evacuar, dores nas costas, entre outros sintomas. “Ao perceber qualquer coisa fora do normal durante o ciclo menstrual, é importante buscar atendimento e orientação de um ginecologista, para que o quadro seja investigado e se dê início a um tratamento o quanto antes. O diagnóstico precoce previne que a endometriose atinja níveis mais graves”, reforça Bellelis.
PATRICK BELLELIS — GINECOLOGISTA
Tem ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intra uterinas e infertilidade. É graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia — FEBRASGO. Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Faz parte da diretoria da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva) desde a sua fundação. Médico Assistente do Setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo desde 2010. Professor do Curso de Especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — Pós- Graduação Latu Senso, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês desde 2011. Professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica — IRCAD — do Hospital de Câncer de Barretos, desde 2012.