FBH apresenta à ANS panorama técnico dos impactos das glosas na sustentabilidade hospitalar

Entidade defende regulamentação mais rigorosa para assegurar equilíbrio nas relações entre prestadores e operadoras de saúde

A Federação Brasileira de Hospitais (FBH) participou, na última terça-feira, 5, de uma reunião técnica promovida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em formato virtual, com foco na discussão dos impactos financeiros e operacionais das glosas médicas sobre os prestadores de serviços hospitalares. Representando a entidade, o vice-presidente, Graccho Alvim, apresentou um levantamento detalhado sobre o aumento das glosas indevidas no país e seus efeitos sobre a sustentabilidade da rede hospitalar privada, especialmente entre os pequenos e médios hospitais.

As glosas consistem no não pagamento parcial ou total de procedimentos realizados, geralmente por supostas falhas administrativas ou técnicas. Embora existam glosas justificadas, Alvim explica que a prática recorrente de glosas indevidas tem sido usada por algumas operadoras como mecanismo de contenção de custos, o que compromete o equilíbrio contratual, prejudica o fluxo de caixa dos prestadores e enfraquece o sistema de saúde suplementar como um todo.

De acordo com dados apresentados pelo setor, o índice de glosa inicial, em 2024, atingiu 15,89%, o que corresponde a R$ 4,72 bilhões rejeitados em um universo de R$ 39,68 bilhões em receitas com convênios.

Durante sua apresentação, o vice-presidente da FBH destacou que a fragilidade contratual, a assimetria de poder e a ausência de fiscalização efetiva contribuem para uma realidade crítica. “Glosas injustificadas significam cirurgias adiadas, leitos fechados e profissionais desassistidos. A sustentabilidade da saúde suplementar depende do respeito à boa-fé contratual e de regras claras que protejam quem cuida da população”, afirmou Graccho Alvim.

O documento apresentado pela FBH propõe a adoção de mecanismos regulatórios por parte da ANS, como a criação de uma câmara de mediação obrigatória, penalidades automáticas por atraso no pagamento, e transparência nos indicadores de glosa e inadimplência. A FBH também defendeu a ampliação de garantias financeiras pelas operadoras e incentivos à adoção de tecnologias preditivas, com vistas à prevenção de glosas injustas.

A apresentação realizada durante a reunião será formalizada, nos próximos dias, em ofício encaminhado pela FBH à ANS, com os números levantados pelo estudo e as propostas da entidade para enfrentar o problema.

Com atuação histórica na defesa dos interesses da rede hospitalar, a FBH reforça seu compromisso com a construção de um ambiente regulatório mais justo, equilibrado e transparente, essencial para a sustentabilidade dos serviços hospitalares e a qualidade da assistência à saúde.

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