Healthcares: a importância da atuação das startups de saúde para democratizar o acesso e atendimento para todos

De Rafael

*Por Gilberto Barbosa

As startups estão revolucionando o mundo. Com ideias disruptivas e muita inovação, essas empresas sacudiram os mais diversos setores produtivos, e no mercado de saúde, isso não é diferente. As healthtechs, que atuam neste segmento, passaram a desempenhar um papel importante na democratização do acesso aos cuidados com a saúde das pessoas, além de fortalecer o setor.

Segundo uma pesquisa realizada pela Distrito, plataforma de inovação de startups, as healthtechs tiveram um aumento no volume de investimentos no primeiro trimestre deste ano. Ao todo, foram investidos US$ 91,7 milhões, 85% do total foi no último ano e 324% acima se comparado à mesma base de 2020. Por aí é possível ter uma ideia do tanto que essas empresas caminharam desde o ano passado.

As healthtechs começaram a surgir a partir de 2015, mas foi em 2020, com o avanço da pandemia, que sua atuação foi fundamental para facilitar o acesso a procedimentos médicos e ajudar a seguir os protocolos de segurança nos atendimentos. A evolução das tecnologias desse setor teve que ser acelerada por conta da urgência de atendimento. Por meio de uma postura disruptiva, essas empresas utilizaram esses recursos como elo para conectar médicos, especialistas, laboratórios, clínicas, farmácias e pacientes.

A democratização da telemedicina foi uma das grandes contribuições trazidas pelas startups médicas. Por meio dela foi possível realizar consultas, diagnósticos e receber a prescrição de medicamentos à distância, utilizando apenas uma plataforma conectada à internet. Ou seja, atender pessoas dos grupos com maior risco de contrair a covid-19, sem que elas precisassem ser expostas ao perigo da contaminação.

Os recursos como Big Data e Analytics foram algumas das ferramentas utilizadas para fazer a análise dos altos volumes de dados para aplicações voltadas à área da saúde. O desenvolvimento de prontuário eletrônico para aumentar a eficiência dos atendimentos também foram outros fatores positivos trazidos pelas healthtechs. Para um setor com base tradicional, foi uma disrupção e tanto!

Dados da Saúde Digital Brasil, associação que representa as empresas de telemedicina e saúde digital no país, apontam que entre 2020 e 2021 foram feitos mais de 7,5 milhões de atendimentos por mais de 52,2 mil médicos via telemedicina em território brasileiro.

A necessidade de isolamento instalado há mais de um ano fortaleceu o modelo de negócios das healthtechs, transformando a relação entre o médico e o paciente. Além disso, permitiu o acesso à saúde para quem não tem um plano, disponibilizando uma série de benefícios, como consultas presenciais, por telemedicina, exames e seguros com reembolso para diárias de internação, além de produtos que oferecem descontos e entrega em domicílio de medicamentos.

O número de pessoas que hoje têm um plano de saúde é pequeno perto do montante populacional do país. E com a crise, esse montante ficou menor ainda. De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em junho o país tinha 48,2 milhões usuários em planos de assistência médica, contra 211 milhões de habitantes que vivem no Brasil.

As healthtechs vieram para ajudar a aprimorar o atendimento e permitir que as pessoas consigam focar em sua saúde, com o contato facilitado entre médico e paciente, além de promover a agilidade do serviço, agendamentos em tempo real e contribuir na obtenção de diagnóstico e tratamentos mais eficazes.

O que antes era visto com um certo receio pelo setor de saúde, incluindo hospitais, clínicas e profissionais da área, hoje a tecnologia na saúde começa a ser mais bem aceita, pois já mostrou redução dos custos, mais eficiência nos processos, velocidade em resultados e análise por meio de dados armazenados e, principalmente um movimento significativo em relação à customização da saúde a partir de tecnologias como a inteligência artificial.

O desejo de ter acesso em tempo real aos serviços de healthcare levou a uma mudança de rota do setor de saúde, que a partir de então colocou o consumidor final no centro das relações. O paciente passou a ter voz ativa e participar das decisões relacionadas à sua própria saúde.

Criar soluções que envolvam a experiência do paciente estão se tornando prioridade na saúde. E esse movimento não tem mais volta. Isso é bom para os pacientes e para o setor. Todos agradecem.

*Gilberto Barbosa é diretor de Operações e Marketing da VidaClass.

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