Julho Amarelo: mês de conscientização e combate às hepatites virais

De supervisao

Gastroenterologista do Hospital São José alerta sobre infecções que atingem o fígado e podem causar cirrose hepática

O dia 28 de julho é conhecido por ser o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Segundo relatório global publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais causam a morte de cerca de 3,5 mil pessoas por dia e 1,3 milhão por ano em todo o mundo. Além disso, a estimativa da OMS é que 254 milhões de pessoas vivam com hepatite B e 50 milhões, com hepatite C.

Para tratar do tema, o gastroenterologista do Hospital São José, Alexandre Campos, compartilha dicas relacionadas à campanha do Julho Amarelo sobre as causas, prevenção e tratamentos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

O médico explica que as hepatites virais são inflamações nas células no fígado, provocadas por vírus que causam as hepatites A, B, C ,D e E. “As inflamações podem ser agudas, com melhora espontânea  após alguns meses. Já em outros casos, as hepatites virais podem  se tornar  crônicas”, pontua.

Segundo o Dr. Alexandre, os principais vírus causadores da doença que estão no nosso meio são dos tipos A, B e C. Além disso, os fatores de risco associados  às infecções são más condições sanitárias, práticas sexuais desprotegidas, compartilhamento de objetos cortantes, drogas ilícitas e a não vacinação. Por outro lado, o vírus da hepatite D é mais comum em zonas endêmicas do Brasil, como a região Amazônica. Já o vírus da hepatite E é mais raro no país, sendo comum na Ásia e na África.

Para o especialista, as diferenças entre as hepatites se dão pela forma de contágio e capacidade de se tornarem crônicas, além dos medicamentos específicos para cada tipo. “Por exemplo, as hepatites A e E são de transmissão fecal-oral, sendo o tipo A mais comum em crianças.  No caso dos tipos B, C e D, a transmissão acontece via parenteral – por meio de sangue contaminado, por transmissão sexual (que é incomum na hepatite C) e por transmissão vertical (da mãe para o filho durante o parto ou gestação). É preciso ficar atento em relação às hepatites B, C e D porque elas têm a capacidade de se tornarem doenças crônicas. Em casos raros, a hepatite E também pode se tornar crônica, principalmente em imunodeprimidos”, alerta.

O gastroenterologista do Hospital São José explica ainda que os sintomas das hepatites virais são silenciosos e alguns pacientes podem não manifestar nenhum sintoma. Já outros podem apresentar sinais inespecíficos como febre, diarreia, cansaço,  dor abdominal,  vômito, coloração amarela na pele e mucosas, coloração clara das fezes  e urina escura. O diagnóstico é feito  por exames de sorologia específicos para cada tipo de hepatite e indicam se a doença está no período agudo ou se já se tornou crônica, o que geralmente acontece após 6 meses da contaminação, podendo evoluir para cirrose hepática ou câncer hepático.

“O tratamento para as hepatites A e E é feito com uso de medicamentos sintomáticos. Para os demais tipos, podem ser usados medicamentos injetáveis e orais  por tempo determinado. No caso da hepatite B, o paciente pode usar medicação contínua”, aconselha o profissional.

O médico alerta que a  vacinação é a principal forma de prevenção das hepatites. Felizmente, a imunização para hepatite A e B são ofertadas no Programa Nacional de Imunização (PNI). Para o tipo C da doença não existe vacina, e, por esse motivo, é importante o uso de preservativos, o não compartilhamento de objetos cortantes, cuidados na higiene pessoal e higienização nos centros de diálise.

Por fim, o gastroenterologista afirma que as pessoas com hepatite crônica podem levar uma vida normal desde que tenham um quadro compensada. “É possível realizar atividades físicas regulares sem comprometer a saúde,  deve-se evitar sempre o uso de bebidas alcoólicas e evitar uso de medicamentos por conta própria”, conclui.

 

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