Novembro Azul: a saúde do homem em primeiro lugar

Por Dr. Bruno França de Resende (*)

A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino cuja função é produzir e armazenar o líquido prostático, que, junto com o líquido seminal produzido pelas vesículas seminais e os espermatozoides produzidos nos testículos, formam o sêmen. Um estudo do Inca (Instituto Nacional de Câncer) indica que o câncer de próstata é o segundo que mais mata homens no país, atrás somente do de pele, que é o mais incidente. De acordo com a entidade, mais de 66 mil novos casos foram registrados no Brasil em 2020 e mais de 15 mil pacientes morreram em 2018 pela doença.

O diagnóstico precoce aumenta as chances de um tratamento eficaz com uma taxa de cura superior a 90%. Por isso, o “Novembro Azul”, uma campanha trazida ao Brasil desde 2011, é tão importante. O objetivo é sensibilizar e conscientizar os homens e os profissionais de saúde quanto às ações de autocuidado e cuidado na saúde masculina. Quando um paciente procura um especialista para exames preventivos, como os do câncer de próstata, cabe ao profissional atuar de forma eficaz e garantir que a prevenção seja feita de forma completa.

Na fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Por isso, muitos homens não apresentam sintomas ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata, a Hiperplasia Benigna. Quando alguns sinais começam a aparecer, 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando e, às vezes, impossibilitando a cura.

Alguns sintomas, por exemplo, demandam uma consulta com o urologista, como: sensação de não esvaziamento completo da bexiga, com vontade persistente de urinar; dificuldade de iniciar a passagem da urina; problemas para interromper o ato de urinar; urinar em gotas ou jatos sucessivos; e sangue na urina ou no esperma, entre outros.

Como a maioria dos pacientes em estágio inicial da doença não apresenta sintomas, a detecção precoce torna-se mais difícil. Logo, a recomendação é a realização do check-up anual a partir dos 45 anos de idade, caso não existam casos na família, ou aos 40 anos, caso haja tal histórico em parentes de primeiro ou segundo grau e relacionados à família do pai, porque o gene do câncer de próstata circula através dos genes masculinos.

Como fatores de risco para o desenvolvimento da doença podemos citar primeiramente a idade, com taxas muito maiores a partir dos 50 anos, o componente genético (para pessoas com familiares com histórico de neoplasia da próstata), e a questão racial também importa: homens negros têm mais risco de desenvolver este tipo de câncer.

Já a relação entre a alimentação e o câncer de próstata ainda é incerta, mas evidências apontam que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e pobres em gordura, principalmente as de origem animal, não só ajuda a diminuir o risco de câncer, como também a diminuir o risco de outras doenças crônicas não transmissíveis. Também sabemos que homens com sobrepeso e obesos possuem maior risco de desenvolver esta doença, bem como aqueles que fazem o consumo excessivo de álcool e o tabagismo.

A medicina moderna tem uma grande preocupação em disponibilizar tratamentos que agreguem baixa agressividade com alta eficácia, e que possam proporcionar ao paciente o melhor resultado e, se possível, a cura. Oferecer um tratamento com a menor agressividade possível possibilita ao paciente retornar às atividades habituais, ao trabalho e à família completamente sem sequelas ou efeitos colaterais e curado. Para propiciar aos pacientes do Vera Cruz Hospital uma moderna experiência de cuidado, há mais de dois anos utilizamos a plataforma robótica Da Vinci, que auxilia no procedimento cirúrgico de retirada da próstata no tratamento do câncer de próstata.

(*) Dr. Bruno França de Resende é Urologista do Vera Cruz Hospital.
(Foto: Dr. Bruno França de Resende /Crédito: Matheus Campos)

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