O que você precisa saber sobre a vacinação infantil contra covid-19?

De Rafael

Imunologista ressalta segurança da vacina e faz alerta aos pais: “Ouçam especialistas, esqueçam as desinformações das redes sociais”

A vacinação infantil contra covid-19 teve início na última sexta-feira, 14 de janeiro, em São Paulo, e no sábado, 15 de janeiro em alguns estados do país. A expectativa é que, até o final de março, 20 milhões de crianças entre 5 e 11 anos de idade sejam imunizadas no Brasil.

Atualmente apenas as vacinas da Pfizer estão autorizadas pela Anvisa a serem aplicadas em crianças. Entretanto, o Instituto Butantan já apresentou ao órgão de saúde estudos solicitando autorização para oferecer sua vacina ao público infantil. Neste caso, a proposta de aplicação seria para crianças ainda mais novas, a partir de 3 anos.

Segundo Jan Carlo Delorenzi, imunologista e coordenador do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, os pequenos receberão uma primeira dose e depois de 21 dias podem receber a segunda com 0,2 ml. “A dose ideal está fracionada em duas, como nos adultos. Neste momento não há previsão de dose de reforço, mas é possível que no futuro haja vacinação anual”, afirma.

Não há nenhuma contra indicação expressa em bula que impeça a imunização da vacinação da covid em crianças juntamente com as demais do calendário vacinal infantil. O imunologista explica que a única contraindicação é associar as duas vacinas em uma única seringa.

Conforme estudos das fases 2 e 3 da Pfizer, os efeitos adversos mais comuns são dor no local da injeção, fadiga, cefaléia, vermelhidão e inchaço, sendo os dois últimos sintomas mais raros.

“É importante lembrar que não está sendo dada uma vacina experimental às crianças, como especulado em redes sociais. Qualquer medicamento, vacina ou dispositivo médico aprovado pela Anvisa passou por período de testes. Após ser liberado ao público, é feito o estudo de pós mercado que avalia o produto e traz ainda mais informações dele”, diz o especialista.

Por fim, Delorenzi alerta os pais sobre fake news acerca da vacinação presentes no Youtube e em redes sociais como, Twitter e Facebook. “Se alguém falar que é especialista, busque referência desta pessoa. Muitos estão dando ouvido a redes sociais em detrimento ao que é publicado em artigos científicos e em textos de jornais e revistas”.

Ele ressalta a importância de vacinar as crianças, pois, muitas vezes, estas são assintomáticas e, ainda assim, transmitem o vírus. Com a variante ômicron, também foi observado crianças sendo hospitalizadas. “90% dos casos de covid nas UTI’s atualmente são de pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta. Então, esqueçam as desinformações das redes sociais, é um desserviço à ciência brasileira e mundial”, conclui.

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