Presidente da FBH defende políticas públicas para o socorro aos hospitais de pequeno e médio portes

De Rafael

O presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Adelvânio Francisco Morato, foi um dos convidados para participar, na tarde desta quarta-feira, 7, da mesa de debates sobre “Políticas públicas urgentes para saúde da nova era pós-covid”. O encontro, que integrou a programação da Healthcare Talks, em alusão ao Dia Mundial da Saúde, também contou com as presenças do deputado Federal, Pedro Westphalen (PP-RS), e do médico sanitarista e co-fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina.

Para Morato, o aprimoramento do sistema de saúde brasileiro perpassa por dois pilares, que precisam ser priorizados na execução centralizada de políticas públicas: a melhoria do financiamento e a ampliação do acesso da população aos serviços de saúde de que necessita.

“O Brasil tem uma rede hospitalar, cuja 70% dos estabelecimentos possuem até 100 leitos, ou seja, são considerados de pequeno e médio portes. Mais da metade desses hospitais realiza atendimentos pelo SUS, cerca de 56%. A dificuldades que esses estabelecimentos enfrentam não é apenas de estrutura física, mas também de recursos humanos. São hospitais que estão na ponta do iceberg do atendimento a milhões de brasileiros que vivem longe dos grandes centros urbanos. Esses hospitais, ao longo dos últimos anos, têm fechado suas contas no vermelho. São hospitais que estão pedindo socorro”, enfatizou Morato.

De acordo com ele, uma forma de socorrer esses estabelecimentos é implementando políticas públicas que possibilitem uma maior integração entre a rede pública e a privada. “Se não olharmos de forma mais estratégica para o imprescindível papel que esses hospitais desempenham no sistema de saúde brasileiro, corremos o risco de ter um colapso imenso de atendimento hospitalar nas pequenas cidades deste imenso país”, complementa o presidente da FBH.

Outro exemplo de iniciativa que pode oferecer uma resposta rápida à necessidade da rede hospitalar brasileira diz respeito à criação de medidas legislativas e Projetos de Lei, voltados a socorrer os estabelecimentos em grave crise financeira. “Um deles é o PL 5.413/19, de autoria do nobre deputado Pedro Westphalen, que possibilita a amortização de dívidas fiscais para estabelecimentos de saúde. De acordo com o PL, os hospitais que se encontram em situação de grave crise financeira poderão quitar 90% de suas dívidas por meio de serviços de saúde prestados à população. Há ainda o PL 2.894/20, do deputado Eduardo Costa (PTB-PA), que também precisa ser ressaltado. Ele cria linhas especiais de crédito para socorrer esses estabelecimentos. São iniciativas que nos dão esperanças de que poderemos virar a chave e iniciar uma era de evolução para o setor”, destacou Morato.

Durante o encontro, que foi mediado pela médica e professora Ana Maria Malik, outros temas foram abordados pelos três convidados, como a situação da vacinação no país e o Projeto de Lei que aprova a aquisição de vacinas pelo setor privado; a eficiência das medidas de lockdown pelo Brasil afora; bem como a questão da capacitação e preparo dos recursos humanos na área da saúde no Brasil.

Por Assessoria/FBH

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