Turismo médico, mais que um negócio, uma necessidade

Em busca de tratamento ou de eventos na área da saúde, Curitiba recebe milhares de visitantes anualmente. Este público ocupa hotéis e comércio, mesmo durante a pandemia

O turismo médico movimenta mais de 500 milhões de dólares por ano no mundo. São pessoas que saem de suas casas em busca de tratamentos, cirurgias plásticas e outros procedimentos voltados à saúde. Dados da MTA (Medical Tourism Association) apontam o Brasil como top 2 “Medical Tourism destination in the world”, ficando atrás apenas da Índia. Essa pesquisa mede a infra-estrutura, logística e o atendimento clínico dos países, e sua capacidade de atender esse público.

Diante deste cenário, e considerando que os números brasileiros são ainda pequenos frente ao potencial do mercado, Curitiba (PR) tem se destacado e saído na frente. Além de ser referência no tratamento de câncer e sediar renomados centros hospitalares públicos como o Pequeno Príncipe, especializado em crianças e Hospital Erasto Gaertner, grandes investimentos estão sendo feitos para atrair pessoas interessadas no bem-estar e saúde.

Um exemplo é o Eco Medical Center. Com investimento total de R$ 120 milhões, será o primeiro complexo médico no Brasil com gestão centralizada e 100% voltado para a locação de espaços exclusivos para a área da saúde. Com inauguração prevista para o primeiro trimestre de 2022, o empreendimento terá o funcionamento parecido com o de um shopping center, com um mix de especialidades médicas que vai facilitar a vida dos pacientes que poderão cuidar da saúde de forma preventiva em um só lugar, inclusive com a realização de exames e cirurgias de baixa e média complexidade.

De acordo com Patrick Gil, CEO do Eco Medical Center, a projeção é atender até sete mil pacientes por dia já em 2023, em mais de 30 especialidades médicas reunidas em um só lugar. “Aqui já é uma cidade que atrai muitos pacientes de todo Brasil, principalmente pelo corpo clínico de excelência e temperatura amena, que dá conforto durante a recuperação. O Eco Medical Center será mais um ponto chave no desenvolvimento e tratamento de pacientes e iremos muito além desse tratamento básico em saúde”, comenta.

Hospedagem especializada

De acordo com o gerente-geral do Grand Mercure Curitiba Rayon, Fernando Kanbara, o fluxo de hóspedes de turismo médico tem sido uma fatia importante na ocupação do hotel. “Pessoas de várias partes do País têm se hospedado em nosso hotel durante sua estada em Curitiba para realizar tratamentos de saúde. Isso se explica, além dos serviços diferenciados e da qualidade de nosso produto, por nossa localização estratégica na cidade. Temos acompanhado esse mercado com muita atenção para atender, cada vez mais e melhor, esse cliente”, afirma.

Kanbara explica que hóspedes do turismo médico precisam de cuidados especiais. “Nós oferecemos cardápios diferenciados para aqueles que necessitam, tomamos cuidado nos horários da limpeza e, sempre que necessário, também adaptamos o quarto para deixar o processo de recuperação o mais confortável possível”.

Para 2022, o executivo espera aumentar o número de hóspedes do turismo médico por ser um público recorrente e pela carência de hospedagem específica para eles. “São hóspedes que precisam de confiança e credibilidade nos serviços”, conclui Kanbara.