Especialistas de vários países apresentaram os avanços, as novidades e o que se espera para o futuro da especialidade
O Grupo Huntington, referência em reprodução humana no Brasil, promoveu, nos dias 14 e 15 de setembro, o 4º Congresso Internacional Huntington de Medicina Reprodutiva, um dos principais eventos da área, que acontece a cada dois anos. Devido à pandemia de Covid-19 e seguindo os protocolos de segurança e distanciamento, o evento de 2021 foi realizado totalmente online e gratuito. Participaram mais de 1.500 profissionais, entre eles médicos, embriologistas, profissionais e estudantes da área da saúde e patrocinadores. Os dois dias de evento apontaram as recentes atualizações e os temas de maior relevância na especialidade por meio dos 10 convidados internacionais e nacionais da área.
“Preparamos uma programação minuciosa levando atualização científica, além de um debate construtivo com perguntas do público. Nosso intuito é compartilhar conhecimento e agregar aos participantes para que a reprodução humana e os tratamentos de infertilidade no País sejam cada dia mais reconhecidos pelos seus avanços, ética e profissionais”, declara Eduardo Motta, médico e fundador da Huntington Medicina Reprodutiva.
Já a aula da médica e pesquisadora americana Linda Giudice, MD PhD, reforçou que a endometriose provoca alterações não apenas inflamatórias, mas também imunológicas no fluido peritoneal e no endométrio, e essas modificações podem contribuir na infertilidade dessas mulheres. À medida que novas terapias surgem, para diminuir a inflamação e modular a imunologia dessas pacientes, podem aumentar eventualmente as taxas de gravidez mesmo com a fertilização in vitro. Vários estudos já feitos tentaram minimizar a quantidade de inflamação e é preciso dar um passo para trás e examinar, pois a endometriose não tem receita única. Contudo, existe uma esperança que o uso de imunossupressores possa melhorar de certa forma a fertilidade das mulheres com endometriose.
A apresentação do médico Peter Schlegel, MD FACS, apontou a microdissecção testicular nos casos de ausência de espermatozoides, azoospermia não obstrutiva, como a técnica padrão ouro. Ainda em evolução, pois existem pequenas áreas que podem ter produção, mas são pequenas e não são encontradas nem com o uso dos microscópios convencionais. O professor apontou que existem ferramentas promissoras em estudo para melhorar a seleção de espermatozoides, assim como técnicas e táticas cirúrgicas. Além disso, em alguns casos são necessárias algumas substâncias, como é o caso da pentoxicilina usada para separar os mais saudáveis e, dessa forma, é possível ter uma taxa de fertilização mais alta.