Especialista do CEJAM explica como a ação pode ajudar pessoas com anemia e leucemia, além de outros quadros de saúde
O mês de junho é marcado por duas importantes campanhas de saúde no Brasil: Junho Vermelho e Laranja. Ambas têm como objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue e medula óssea, essenciais para o tratamento de doenças graves, como anemia e leucemia.
De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente, são coletadas cerca de 3,6 milhões de bolsas de sangue por ano no Brasil, o que corresponde ao índice de 1,8% da população realizando doações nesse período. Embora esses números estejam dentro dos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), eles ainda são considerados baixos, e acendem um alerta.
“A doação de sangue é um ato simples e rápido, mas que pode salvar muitas vidas. Cada bolsa doada pode beneficiar até quatro pessoas, ajudando no tratamento de diversas condições médicas, incluindo cirurgias, acidentes e doenças”, afirma o Dr. Gilberto Kobashikawa, hematologista do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.
Dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde apontam que 25% da população brasileira sofre de anemia, independentemente da origem. Quanto à leucemia, em 2024, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê mais de 11 mil novos casos no país.
“A anemia ocorre quando a hemoglobina no sangue está baixa, geralmente devido à falta de algum nutriente essencial no corpo. As diferentes anemias podem surgir quando não temos nutrientes suficientes como ferro e vitamina B12. Por outro lado, as leucemias são cânceres que afetam as células sanguíneas da medula óssea. Pessoas com esses quadros, na maioria das vezes, precisam recorrer aos bancos de sangue e medula óssea”, explica o médico.
De fato, essas são as principais doenças que necessitam de doação. No entanto, existem várias outras condições que podem levar à anemia, diminuição da quantidade de plaquetas no sangue ou alterações na coagulação sanguínea, que também necessitam de transfusões de hemocomponentes do sangue.
“Pacientes com plaquetas baixas em razão da quimioterapia, falência medular, entre outros motivos, podem necessitar de transfusão de plaquetas, por exemplo. Aqueles com alteração na coagulação sanguínea, associada a sangramento, podem necessitar de transfusão de plasma. Há diferentes casos, que também dependem dessa ajuda.”
Já a medula óssea, também conhecida como “tutano”, é responsável pela produção de células sanguíneas, tais como hemácias, plaquetas e leucócitos. As doações podem beneficiar não apenas pacientes diagnosticados com leucemia, mas também uma variedade de outras condições.
“Os pacientes com anemia aplástica ou síndrome mielodisplásica podem necessitar de um doador de medula óssea, pois a medula óssea desses pacientes não é mais capaz de produzir esses componentes do sangue de forma adequada”, ressalta o Dr. Gilberto.
Em muitos casos, o transplante de medula óssea é a única maneira de alcançar a cura, conforme explica o especialista. “Quando não há um doador compatível na família do paciente, é necessário buscar doadores não aparentados por meio do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Quanto maior o número de doadores cadastrados, maiores são as chances de encontrar alguém compatível.”
Portanto, as doações – tanto de sangue como de medula – são vitais para salvar vidas e proporcionar esperança a muitas famílias, uma vez que, através delas, muitas pessoas têm a possibilidade de se recuperar de quadros graves.
“A falta de conscientização, juntamente com estigmas e medos – como o receio de contrair doenças – impedem muitas pessoas de doarem, mas precisamos mudar essa realidade. A doação é um ato seguro e solidário que não tem custo algum para o doador, mas pode ter um valor inestimável para quem recebe”, destaca o hematologista.
É importante ressaltar que, para doar sangue, é necessário ter entre 18 e 69 anos, estar em boas condições de saúde e pesar no mínimo 50 kg. Para ser um doador de medula óssea, a idade deve estar entre 18 e 35 anos, além de também ser necessário estar em bom estado de saúde. Ao se encaixar nesses perfis, basta procurar o hospital/hemocentro mais próximo que aceite doações.
Vale lembrar que pessoas com doenças infecciosas ou incapacitantes, neoplasias, gestantes ou mulheres no pós-parto devem evitar realizar doações nesse sentido.
Sobre o CEJAM
O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com prefeituras locais, nas regiões onde atua, ou com o Governo do Estado, no gerenciamento de serviços e programas de saúde nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Itu, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos.
A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde.
O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.
No ano de 2024, a organização lança a campanha “366 Novos Dias de Cuidado, Amor e Esperança: Transformando Vidas e Construindo um Futuro Sustentável”, reforçando seu compromisso com o bem-estar social, a preservação do meio ambiente e os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança).
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