Redução de mamografias durante a pandemia levou ao atraso no diagnóstico
Um levantamento feito pelo Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba, instituição referência no tratamento para câncer no Paraná, aponta que os casos da doença aumentaram em 30% no estado, nos anos de 2021 e 2022. A pesquisa ainda revela que os tumores têm chegado para tratamento em estágios mais avançados, principalmente de pacientes que possuem câncer de mama ou de intestino.
A médica radiologista da Clínica Imax, Cristiane Spadoni, lembra da queda no número de mamografias durante a pandemia. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam que 49,5% das mulheres de 50 a 69 anos de idade não realizaram o exame nos anos de 2020 e 2021, no Brasil. “A mamografia é essencial para o diagnóstico precoce do câncer de mama e permite que os tumores sejam identificados e diagnosticados ainda no início, o que aumenta as chances de cura e torna o tratamento menos agressivo”, afirma.
Um estudo divulgado na Revista Saúde Pública aponta que os cerca de 800 mil exames que não foram realizados nesses dois anos representam cerca de 4 mil casos de câncer de mama sem diagnóstico.
Uma pesquisa publicada no The British Medical Journal (2020) aponta que o risco de morte aumenta 13% a cada semana de atraso do início do tratamento. Andrea Cianfarano, radiologista da clínica, ressalta que sem o diagnóstico é impossível realizar qualquer medida terapêutica.
“Os exames de rastreio são indispensáveis e, na Imax, contamos com equipamento de última geração que garante mais conforto para a paciente, além de ter alta precisão nos resultados. Trabalhamos com respeito e carinho a todas as pacientes que procuram nossa clínica”.
Segundo a médica mastologista e ginecologista, Ana Carolina Marcondes, o atraso no início do tratamento para câncer em geral resulta em nódulos maiores, com mais estruturas afetadas. “Para que casos de câncer de mama mais avançados tenham chances de cura, o tratamento passa a ser mais agressivo, com combinação de quimioterapias, cirurgia, radioterapia, imunoterapia e bloqueios hormonais. Além de ser um tratamento com mais efeitos colaterais, também demanda mais tempo e afasta mais a paciente de seu trabalho e até mesmo de seu círculo social”, explica.
Ainda segundo a mastologista, as taxas de mortalidade são mais altas em casos tardios. “Está aí a grande importância de manter seu estilo de vida alinhado com a prevenção e fazer exames regularmente”.
QUANDO FAZER A MAMOGRAFIA – A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a mamografia de rastreamento anual a partir dos 40 anos para mulheres de risco habitual e a partir dos 30 anos para mulheres de alto risco.
Crédito: Andrea Cianfarano, médica radiologista da Imax. Foto: André Kaze / Divulgação