Além dos painéis sobre saúde, que acontecem no primeiro bloco do congresso nos dias 03 e 4 de maio, empresários, investidores, estudantes e curiosos, que buscam aprender mais sobre o tema e suas multiplicidades, também poderão aproveitar o evento, que contará com palestras sobre legislação e negócios
A primeira edição do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal (CBCM) acontece entre os dias 3 e 6 de maio no Expo Center Norte em São Paulo. O evento acontece simultaneamente com a Medical Cannabis Fair, que por sua vez, ocorre na Medical Fair Brasil, a maior feira médico-hospitalar do mundo, do grupo alemão Messe Düsseldorf e com produção da Emme Brasil. Além da tradição e do grande público que gira durante os 4 dias de evento, algumas peculiaridades diferenciam esses acontecimentos.
Promovido em parceria com o portal de notícias especializado nos usos medicinais e industriais da cannabis, Sechat, o CBCM é o primeiro do gênero no Brasil a oferecer uma oportunidade ímpar para profissionais da área de saúde, desde aqueles que procuram informações para iniciar a prescrição de cannabis para seus pacientes até aqueles que já possuem um certo conhecimento, mas desejam se aprofundar no tema.
Além dos painéis sobre saúde, que acontecem no primeiro bloco do congresso nos dias 03 e 4 de maio, empresários, investidores, estudantes e curiosos, que buscam aprender mais sobre o tema e suas multiplicidades, também poderão aproveitar o evento, que contará com palestras sobre legislação e negócios nos dias 05 e 6 de maio.
Com mais de 70 speakers, o evento contará com a presença de médicos especialistas, como:
- Pedro Pierro, neurocirurgião funcional especializado em dor e doenças neurológicas como epilepsia e Parkinson. Pioneiro na prescrição de canabinoides no Brasil, além de pesquisador, educador, palestrante nacional e internacional e coautor do livro “Tratado de Dor – Publicação da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor”. Pierro estará no painel: “Os avanços no tratamento de dores através dos canabinoides”, que acontece no dia 3 de maio, e também será mediador dos casos clínicos que serão apresentados nos dias 03 e 4 de maio.
- Caroline Nocetti, médica e consultora técnica em terapia canabinoide. Coordenadora internacional da Academia Americana de Medicina Canabinoide, atuando também com educação, prática clínica e consultora em projetos nos EUA, Canadá, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Israel e Brasil, além de mais de oito anos dedicados ao ecossistema de Cannabis e mais de seis anos de experiência no desenvolvimento de produtos terapêuticos à base da planta. Nocetti estará no painel: “As aplicações dos canabinoides na Medicina Integrativa”, que acontece no dia 3 de maio.
- Claudio Lottenberg, médico oftalmologista, presidente do Conselho Superior de Saúde do Estado de São Paulo, membro do Conselho da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Social do Estado, visiting professor da Universidade de Harvard (EUA) e professor titular de políticas públicas de saúde do curso do MBA em Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein. Lottenberg será um dos palestrantes no painel: “Mercado da cannabis no Brasil e no mundo”, que acontece no dia 5 de maio.
- Renato Filev, pesquisador, coordenador científico da Plataforma Brasileira de Política de Drogas (PBPD) e Diretor Executivo da CANAPSE – Associação de Canabiologia, Pesquisa e Serviços. PhD – Bacharel em Ciências Biológicas: Modalidade Médica. Doutor em Neurociências, ambos pela Universidade Federal de São Paulo. Pós-doutorando pelo Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da mesma instituição e membro da Cultive – Associação Cannabis e Saúde de São Paulo. Filev estará no painel: “A História do Sistema Endocanabinóide e sua farmacologia”, que acontece no dia 3 de maio.
Com outros grandes nomes da área da saúde, os especialistas debaterão temas como:
- “Os cuidados nas interações medicamentosas e vias de administração”;
- “Desafios nos tratamentos neurológicos com canabinóides”;
- “O uso de canabinoides na infância e adolescência”;
- “Como os canabinoides podem ajudar na saúde da mulher?”;
- “Manejo dos canabinoides na medicina esportiva”;
- “As aplicações dos canabinoides na odontologia”;
Após 2 anos de distanciamento social devido à pandemia de Covid-19, tanto a Medical Cannabis Fair, quanto o Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal, acontecem no momento certo, “reaquecendo as turbinas” de um mercado extremamente promissor no Brasil e no mundo. Dessa maneira, podemos dizer que tais eventos são ótimas oportunidades de adquirir conhecimento sobre os usos medicinal e industrial da cannabis, fazer networking com parceiros e empresas do setor, além de fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias e ideias que podem formar uniões de sucesso para o futuro.
Para ilustrar tais oportunidades, vamos aos dados:
- Entre 2015 – ano seguinte a permissão do Conselho Federal de Medicina autorizar a prescrição dos derivados de cannabis por neurologistas, neurocirurgiões e psiquiatras – e 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu 68.775 permissões de importações de medicamentos de cannabis para pacientes brasileiros. Os dados sugerem que o aumento de mais de 400% nos pedidos é resultado da desburocratização das regras de importação para pessoas físicas, através de RDC’s como a 335 e a 570 da agência. Ambas, inclusive, sofreram mais uma alteração recentemente, já que as duas normas foram unificadas em apenas uma, a RDC 660/22, facilitando ainda mais o acesso dos derivados de cannabis e aumentando o número de pessoas interessadas nessa alternativa de tratamento.
- Hoje, no Brasil, menos de 1% dos 500 mil médicos cadastrados no Conselho Federal de Medicina (CFM), são prescritores de cannabis. Número ainda bastante pequeno quando comparado com o número de pacientes, o que pode representar uma grande oportunidade para aqueles que desejam ser pioneiros no mercado.
- Outro setor relacionado à cannabis que promete muito é o industrial. Hoje, no país, já possuímos alguns produtos fabricados com o cânhamo, espécie da planta com teor de THC (princípio ativo) menor que 0,3%. Outros lugares, inclusive da América Latina como Colômbia, Paraguai e México, já possuem leis que permitem a aplicação dos derivados da cannabis na indústria têxtil, alimentícia e farmacêutica.
- Segundo a Kaya Mind, empresa responsável por coletar e analisar dados do setor, em seu relatório “Impacto Econômico da Cannabis”, se o Brasil regulamentasse todas as aplicações da planta, isto é, uso medicinal e industrial, nos próximos 4 anos subsequentes à promulgação da lei o país teria a possibilidade de arrecadar cerca de R$ 9.5 bi com esse mercado. Outro dado importante, é que, visto as condições climáticas e o tamanho continental do Brasil, possuindo terras suficientes para o cultivo da cannabis em larga escala, o país teria condições de gerar renda e empregos diretos no setor, auxiliando, segundo a empresa, cerca de 6 milhões de brasileiros com o uso terapêutico da planta.