Hemodinâmica: tecnologia diagnostica e trata doenças cardíacas de forma rápida e menos invasiva

Exame de alta precisão é grande aliado da cardiologia e permite recuperação rápida

As doenças cardiovasculares, caracterizadas por problemas do coração e da circulação, representam a principal causa de mortes no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, estima-se que, até o final do ano de 2021, cerca de 400 mil cidadãos morrerão por doenças do coração. Muitas delas poderiam ter sido evitadas pelo diagnóstico precoce, tratamento adequado e, principalmente, cuidados preventivos. Felizmente, graças ao avanço da medicina, aparelhos de alta precisão são os grandes aliados de uma equipe médica capacitada, visando a saúde do paciente.

Na Hemodinâmica, por exemplo, o cateterismo cardíaco é um procedimento que identifica as obstruções nas artérias do coração e verifica as alterações no funcionamento das válvulas e do músculo cardíaco. Quando a técnica surgiu, o exame era utilizado apenas como um método de diagnóstico, mas atualmente a realização deste exame pode solucionar diversos problemas cardiovasculares congênitos ou adquiridos. Segundo Nádia de Mendonça Carnieto, coordenadora médica de Hemodinâmica Cardíaca da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), “o cateterismo cardíaco é indicado principalmente para pessoas com casos de angina (dores no peito) ou diagnóstico de infarto, e tem como objetivo identificar placas de gordura existentes nas artérias do coração.”

Mais precisão e menos invasão

Um serviço como a Hemodinâmica permite reduzir o número de cirurgias cardíacas abertas, que normalmente têm uma recuperação mais lenta e são muito mais invasivas para o paciente. O exame de cateterismo cardíaco geralmente é realizado com o paciente acordado, com anestesia local, através de um angiógrafo de alta tecnologia, que possibilita a inserção de cateteres por meio da punção de vasos sanguíneos na virilha, punho ou antebraço até chegar ao coração, onde visualizam-se as artérias coronárias.

Para a visualização das artérias do coração, são feitas injeções de contraste iodado. “É essencial que os avanços da máquina e do conhecimento médico andem juntos, proporcionando maior sucesso nos procedimentos e, consequentemente, menos complicações”, confirma Dra. Nádia.

Apesar de ser uma técnica bastante rápida e efetiva, por se tratar de um procedimento invasivo, há recomendações para o paciente no pós-exame, que exigem repouso relativo, normalmente de três horas, e cuidados na via de acesso, segundo a médica. O tratamento, conhecido como angioplastia coronária, trata-se da colocação de um stent nas placas de gordura existentes nas artérias do coração, com o objetivo de desobstruir e reestabelecer o fluxo sanguíneo. “Caso o exame de cateterismo cardíaco aponte que o paciente precisa passar pela angioplastia, o procedimento é realizado de forma segura e eficaz, normalmente proporcionando alta em até 24h.”

Ainda segundo Dra. Nádia, o avanço da medicina permite o acesso a tratamentos modernos e menos invasivos, mas apesar disso, é essencial que a população não deixe de fazer check-ups anuais com o médico cardiologista de confiança, com o intuito de prevenir ou detectar qualquer problema ainda em estágio inicial.