Mais clínicas de diálise do DF podem encerrar atendimento

De Rafael

ABCDT busca solução com o Governo para cofinanciamento do tratamento renal. Atualmente há cerca de 1,2 mil pessoas em tratamento dialítico no DF pelo SUS

É crítica a situação financeira das clínicas de hemodiálise que prestam serviços aos SUS no Distrito Federal. Na última semana, uma clínica que atendia 137 pacientes renais crônicos em Samambaia precisou fechar as portas. A direção da MSF Tratamentos Renais alegou não ter recebido cerca de R$ 1,5 milhão do GDF, recursos pagos pelo Governo Federal para custear o tratamento. Os valores de cada sessão de hemodiálise são definidos pela Tabela SUS, do Ministério da Saúde, e repassados aos estados.

A Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT) está em conversa com representantes das clínicas do Distrito Federal para conhecer melhor a situação das unidades e acredita que um cofinanciamento pelo GDF, como hoje já existe no Rio de Janeiro, seja uma boa solução. De acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Nefrologia, havia cerca de quatro mil pessoas em tratamento de diálise no DF em 2020. Atualmente, a ABCDT estima que em torno 1.200 estão sendo atendidas pelo SUS em clínicas conveniadas.

Segundo o diretor da ABCDT, Dr. Leonardo Barberes, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal publicou em seu edital de 2020 a proposta de complemento para nefrologia nº 526/2020, mas posteriormente o pedido foi negado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS).

“Achamos que há um precedente a favor das clínicas e elas vão buscar o auxílio, uma vez que é crítica a situação financeira das clínicas no DF. Todos os representantes de clínicas citaram os graves problemas vividos e ressaltaram a importância da união para enfrentamento dessa crise. Após uma ampla discussão chegou-se ao consenso de que os valores destinados para insumos, diálise peritoneal e honorários médicos sejam incluídos na solicitação de cofinanciamento. Assim como os problemas de acesso, falta de vagas e diálise para gestantes”, diz.

Além disso, a ABCDT vem buscando junto ao Governo Federal reajuste para as terapias de diálise em crianças, e em pacientes com HIV e Hepatite, que são mais caras por exigirem uso único de alguns insumos. “Já faz nove anos que o valor não é reajustado. Recentemente, o governo concedeu aumento de 12%, mas não contemplou essas modalidades. Esperamos que isso seja revisto com a urgência que o tema pede”, finaliza.

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