Novas opções de tratamento para DPOC são incorporadas ao SUS

De Rafael

A doença é uma condição progressiva e pode ser tratada e prevenida[i][ii][iii]. Atualização do protocolo amplia arsenal terapêutico e permite individualização do tratamento

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) acaba de divulgar[iv] parecer positivo para a inclusão do dispositivo de inalação em nuvem, Spiolto Respimat®, no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A atualização, a primeira desde 2013, tem o objetivo de ampliar o acesso a opções terapêuticas mais modernas e eficientes, possibilitando individualizar o tratamento dos pacientes com a doença.

Em linha com os protocolos internacionais de tratamento da DPOC, o Ministério da Saúde incorporou dois novos broncodilatadores à rede pública: a associação em pó inalante (brometo de umeclidínio + trifenatato de vilanterol) e a solução para inalação em nuvem suave (tiotrópio monoidratado + cloridrato de olodaterol)[v] [vi].

Em estudos clínicos controlados, ambas as opções de tratamento se mostraram eficazes. Entretanto, como a capacidade do paciente de atingir um fluxo inspiratório mínimo para inalar o medicamento de forma eficiente influencia os resultados do tratamento, o Ministério da Saúde optou por oferecer dois novos broncodilatadores. O dispositivo de pó seco oferece maior resistência ao fluxo de ar, enquanto a inalação em nuvem oferece menos resistência, sendo uma alternativa para pacientes com DPOC, que apresentem capacidade de exalar o ar reduzida (VEF1 <50%) e dificuldade no uso de inalador de pó seco [vii] [viii].

“Essa é uma grande conquista para médicos e pacientes. A inclusão dessas novas opções de tratamento na rede pública de saúde tem potencial de, aliada ao diagnóstico precoce, reduzir exacerbações, internações e mortalidade pela DPOC no país”, explica o Dr. José Roberto Megda, Pneumologista do Hospital Universitário de Taubaté. Quanto mais opções de tratamento, mais cedo o médico consegue iniciar o cuidado adequado ao paciente, retardando a progressão da doença, que geralmente surge em pessoas acima de 40 anos. “Outro grande avanço do novo protocolo de tratamento é proporcionar a individualização do tratamento, com base na condição clínica no paciente, possibilitando melhores resultados no controle da doença”, completa.

Com a incorporação desses novos tratamentos, o Ministério da Saúde espera reduzir a morbimortalidade, melhorar a qualidade de vida, evitar o absenteísmo ao trabalho e diminuir o do uso dos serviços de saúde.

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