Óbitos de pessoas na faixa de 30 a 39 anos aumentam 90% no Distrito Federal

De Rafael

Pessoas mais jovens e que ainda não receberam imunização foram as únicas faixas etárias que registraram crescimento percentual no número de mortes no mês de abril em relação à média no período da pandemia.

O aumento percentual de 90% em abril no número de óbitos por Covid-19 da população na faixa etária entre 30 e 39 anos no Distrito Federal na comparação com a média para a idade desde o início da pandemia e contabilizado pelos Cartórios de Registro Civil do Estado, aponta que a vacinação em massa de sua população é o melhor caminho para a crise de saúde pública causada pelo novo coronavírus.

Ainda aguardando o cronograma de vacinação para suas idades nos Estados, a população mais jovem viu crescer os números absolutos e percentuais de óbitos em abril, o mês com maior número de mortes causadas pelo novo coronavírus no DF, e também em relação à média de mortes de sua faixa etária desde o início da pandemia.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

No Distrito Federal, a faixa etária que registrou o maior percentual de aumento em relação à média desde o início da pandemia foi a da população entre 30 e 39 anos, com crescimento de 90% no número de óbitos em abril na comparação com a média do período que vai de março de 2020 a março de 2021. Os números absolutos de falecimentos desta faixa etária também aumentaram em abril, passando de 56 em março para 87 no último mês.

Na sequencia, a faixa etária que vai dos 50 aos 59 anos viu o aumento do número de óbitos crescer 68% em relação à média para esta faixa etária desde o início da pandemia. O crescimento também se deu nos números absolutos em relação a março, passando de 189 para 298. Outra faixa etária que registrou crescimento foi a de pessoas entre 40 e 49 anos, com óbitos aumentando 58% em relação à média desde o começo da pandemia, passando de 131 em março para 206 em abril.

Ainda em crescimento, mas em patamares inferiores, a população entre 20 e 29 anos registrou aumento de mortes de 47% em relação à média desta idade no período, e um aumento de falecimentos menor em relação às demais idades, passando de 17 em março para 21 em abril. Também houve crescimento percentual de óbitos de 32% na faixa que vai dos 60 aos 69 anos. Já nas demais faixas etárias, já vacinadas, o número de óbitos caiu em relação à média desde o início da pandemia, reduzindo 28% na faixa entre 70 e 79 anos, 65% entre 80 e 89 anos, e 63% na população entre 90 e 99 anos.

Ranking Estadual

O Distrito Federal superou em quase todas as faixas etárias a média nacional de óbitos em decorrência da Covid-19. As mortes de adultos entre 40 e 49 anos aumentaram 58% na unidade federativa enquanto no Brasil o crescimento foi de 37%. Houve aumento de 90% no número de mortos na faixa de 30 a 39 anos, superior à média de 56% no Brasil. Já os óbitos de adultos entre 50 a 59 anos também cresceram, 58% no DF, enquanto a média nacional foi de 54%.

Todos os Estados brasileiros registraram aumento de óbitos na faixa entre 40 e 49 anos na comparação com a média desta idade desde o início da pandemia e 15 deles estiveram acima da média nacional. À frente deste ranking está o Rio Grande do Norte, que registrou aumento de 154%, seguido por Santa Catarina, aumento de 118%, Sergipe, crescimento de 101%, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, aumento de 94%. São Paulo e Rio de Janeiro, com 66%, também estiveram acima da média nacional.

Já na faixa etária entre 30 e 39 anos, 22 Estados registraram crescimento em abril em relação à média do período, sendo que 12 deles acima da média nacional. Os aumentos foram maiores nos Estados do Mato Grosso do Sul (103%), Goiás (97%), Rio Grande do Norte (94%) e Mato Grosso (92%). A lista tem ainda Paraná (75%), São Paulo (73%), Minas Gerais (67%) e Rio de Janeiro (59%).

Na última faixa com crescimento nacional acima de 50%, entre 50 e 59 anos, novamente todos os Estados brasileiros registraram crescimento, sendo 16 deles acima da média nacional. Os maiores aumentos foram nos Estados do Rio Grande do Norte (152%), Pará (105%), Rio Grande do Sul (80%) e Acre (73%). O Paraná registrou aumento de 59%, São Paulo, de 56%, e Rio de Janeiro de 54% nesta faixa etária.

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