Preço dos medicamentos sobe 14,69% no primeiro semestre de 2021, apontam Fipe e Bionexo

• Comparativamente, a inflação medida pelo IPCA registrou alta de 3,77% no período

O preço dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil atingiu um crescimento de 14,69% no primeiro semestre deste ano, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador criado pela Fipe em parceria com a Bionexo – health tech líder em soluções digitais para gestão em saúde.

O resultado do primeiro semestre de 2021 superou o comportamento do IPCA/IBGE (+3,77%) e da taxa média de câmbio (-2,21%), mas foi inferior ao IGP-M/FGV (+15,08%) no período. Foi a segunda maior alta semestral desde o início da contagem da série histórica em 2015, ficando abaixo apenas do ano passado:
A alta expressiva em 2021 é resultado do avanço nos seguintes grupos: sistema nervoso (+35,52%), sistema musculoesquelético (+23,41%), preparados hormonais sistêmicos (+23,26%), sangue e órgãos hematopoiéticos (+19,26%), aparelho digestivo e metabolismo (+13,58%) e anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (+13,41%), entre outros.

Já em relação aos últimos 12 meses encerrados em junho, a elevação é de 12,40%. Nesse recorte mais amplo, contribuíram para a alta do IPM-H grupos do sistema nervoso (+33,80%), sistema musculoesquelético (+31,12%), sangue e órgãos hematopoiéticos (+22,75%), preparados hormonais sistêmicos (+20,89%), aparelho digestivo e metabolismo (+19,13%). Em contraste, dois grupos apresentam variações negativas no período: aparelho cardiovascular (-2,72%) e anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-2,53%).

Cabe lembrar que os grupos com as maiores altas incluem medicamentos utilizados em casos graves de COVID-19, entre os quais: norepinefrina (terapia cardíaca e suporte vital), fentalina (analgésico), propofol (anestésico), midazolam (hipnótico/sedativo/tranquilizante), omeprazol e pantoprazol (antiácidos utilizados no tratamento de dispepsia/úlcera gástrica e outros distúrbios gastrointestinais).

Em 2021, o IPM-H vem oscilando nos resultados. Em junho, o índice registrou um recuo de 0,81% após apresentar altas por três meses seguidos maio (+1,73%), abril (+10,53%) e março (+1,72%). No início do ano, houve alta em janeiro (+1,32%) e queda em fevereiro (-0,23%).

A pandemia do novo coronavírus e seus efeitos sobre a crises sanitária e econômica no país têm afetado os preços dos produtos pela combinação de vários fatores, entre eles o aumento da demanda dos sistemas de saúde, desabastecimento do mercado doméstico, efeitos cambiais e do preço de insumos.
Crédito da imagem: Freepik

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