ABBS ressalta que não existe remuneração na PEC do Plasma

De Rafael

Associação Brasileira de Bancos de Sangue (ABBS) esclarece que não há qualquer forma de remuneração na proposta da PEC 10/2022. Não se trata de pagar pelo sangue ou plasma dos doadores. Logo, é necessário elucidar qualquer mal-entendido em relação a isto.

Os esforços e direcionamentos da ABBS na aprovação da matéria não representam ameaça à doação de sangue ou à solidariedade da população brasileira, uma vez que a PEC do Plasma não tem essa intenção. É crucial a compreensão sobre pontos essenciais desta proposta para evitar ruídos que confundam o entendimento dos parlamentares, da opinião pública e de toda a sociedade.

Nada mudará em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes continuarão a receber seus medicamentos gratuitamente. A meta é que o governo brasileiro reduza ou elimine a compra de hemoderivados do exterior, ao optar por adquiri-los da iniciativa privada nacional. Isso complementaria a oferta e ampliaria o acesso aos medicamentos para todos os pacientes brasileiros.

A principal vantagem da PEC 10/2022 para o Brasil é a colaboração da indústria privada, inclusive com o setor público, para atuar na coleta, processamento, disponibilização e distribuição da quantidade adequada de medicamentos a partir do plasma.

O que realmente mudará é o custo para os contribuintes, que será reduzido. Ao invés de o governo adquirir hemoderivados a preços elevados do exterior, a iniciativa privada oferecerá estes medicamentos a preços mais acessíveis. Isso é um compromisso importante da iniciativa privada com a sociedade.

O que a iniciativa privada busca é a oportunidade de processar o plasma que hoje é desperdiçado e produzir hemoderivados no Brasil. Com conhecimento técnico, inovação, tecnologia e especialistas qualificados para desenvolver uma indústria 100% nacional, atuando em conjunto com o SUS, para atender à demanda crítica por hemoderivados.

Um aspecto adicional de relevância diz respeito à participação dos bancos de sangue privados, os quais têm a potencialidade de incrementar o fornecimento de plasma à indústria, assegurando uma ampliação significativa da acessibilidade a esse componente, atualmente um elemento crítico na produção, resultando em uma consequente diminuição dos custos. Dentro deste item, vale ressaltar que a Hemobrás, inclusive, terá acesso ao plasma produzido por todos os hemocentros.

A PEC do Plasma abre ainda a possibilidade de ampliar os incentivos já existentes em alguns estados, como um dia de folga, check-up completo, alimentação após a doação e meia-entrada em atividades culturais, por exemplo.

A capacidade da Hemobrás preocupa, mesmo com os investimentos anunciados, para atender à demanda nacional por hemoderivados. Portanto, é crucial uma ação estratégica da indústria privada, em conjunto com o Sistema de Saúde nacional, para produzir e fornecer medicamentos produzidos no Brasil, desestimulando a compra de hemoderivados de outros países a preços elevados e garantindo a qualidade respaldada pela Anvisa.

Em relação ao custo, é importante esclarecer que se refere ao medicamento pronto para administração, que requer investimentos significativos na produção. Parte dessa produção pode ser comercializada, mas isso não impedirá o SUS de adquirir medicamentos produzidos pelos bancos de sangue privados brasileiros e fornecê-los aos pacientes, como sempre fez.

A ABBS representa os Serviços Privados de Hemoterapia no Brasil e busca fortalecer a indústria nacional de hemoderivados, garantindo insumos para todos os pacientes, inclusive os atendidos pelo SUS. Defendemos uma parceria público-privada para produzir hemoderivados no Brasil, reduzir a dependência de importações, fortalecer a economia e melhorar o sistema de saúde nacional. Esta é uma oportunidade única para salvar vidas e garantir um futuro mais saudável para o Brasil. É crucial que a sociedade brasileira conheça, discuta e compreenda essa proposta fundamental para a saúde do país.

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