Presidente da FBH participa de painel sobre as Perspectivas para Saúde no Cenário Político Atual

De jaqueline

Debate fez parte da programação do 31 Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, promovido pela CMB

O presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Adelvânio Francisco Morato, participou nesta quarta-feira, 16, de um painel sobre as Perspectivas para Saúde no Cenário Político Atual. O debate fez parte da programação do 31 Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos e também contou com as participações do presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Mirócles Véras; do presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Breno Figueiredo; e do presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Renato Casarotti.

Para o presidente da FBH, as perspectivas para a rede hospitalar brasileira perpassam pelo debate sobre a sustentabilidade e o futuro da saúde privada no país. Ele lembrou que há mais de uma década, a rede hospitalar privada brasileira vem sofrendo com um processo de encolhimento preocupante, ocasionado, sobretudo, pela forte crise financeira que tem levado ao fechamento sistemático de hospitais e leitos hospitalares no país.

“Esse é um cenário que preocupa não apenas quem pode pagar pelo atendimento médico, haja vista que sem hospitais privados não há planos de saúde. A situação também preocupa quem depende do sistema público. Sem hospitais privados, o SUS não sobrevive. Basta constatar que, hoje, 56% dos hospitais privados do Brasil realizam atendimentos pelo SUS. Portanto, é a maior retaguarda de leitos, cirurgias e internamentos do sistema nacional”, destacou.

Ele também reforçou a necessidade de se conhecer a fundo a realidade dos estabelecimentos em cada região do país, tendo em vista o retrato heterogêneo do setor. “De acordo com o Cenário dos Hospitais do Brasil 2023, nós temos um saldo negativo, de 2010 para cá, de mais de 400 hospitais e cerca de 3 mil leitos. Isso quer dizer que temos uma rede muito menor do que tínhamos há 13 anos. A pandemia de covid-19 apenas potencializou a crise, levando milhares de estabelecimentos a contraírem dívidas significativas, situação que hoje se apresenta como uma preocupação para sustentabilidade do próprio setor, uma vez que muitos desses hospitais estão localizados fora dos grandes centros urbanos”, acrescentou Morato.

O presidente da CMB, Mirocles Véras, também enfatizou a importância dos hospitais filantrópicos para a assistência de alta Complexidade da população brasileira. “Este congresso tem como tema central uma agenda de discussão propositiva em prol da rede filantrópica de saúde e pela união de todo o segmento pelo fortalecimento e evolução do Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse. De acordo com ele, somente em 2022, 67% dos atendimentos oncológicos realizados no Brasil foram feitos por entidades filantrópicas.

A preocupação com o envelhecimento acelerado da população brasileira e as suas implicações na organização e oferta dos serviços de saúde, as dificuldades dos estabelecimentos para garantir o custeio do piso da enfermagem, as preocupações com a Reforma Tributária e a aprovação do Projeto de Lei (1435/22), que visa garantir o reajuste anual dos contratos das Santas Casas com o SUS também foram alguns dos temas abordados durante o debate. 

“É de se admirar a dedicação e o trabalho abnegado dos nossos hospitais filantrópicos. Mais de 800 municípios deste país contam apenas com a atuação de uma Santa Casa para assistência hospitalar. A gente precisa gritar todos os dias que se não cuidarmos dessas instituições mais de 20 milhões de brasileiros ficarão do dia para noite sem assitência”, frisou o presidente da CNSaúde, Breno Monteiro.

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