ABIMED espera que Selic alta controle a inflação

De Rafael

A estratégia monetária de elevação da Selic, que deverá superar a 10% ao ano na reunião desta semana do Copom, dias 1 e 2 de fevereiro, ainda não surtiu efeito de contenção da inflação, que foi maior do que 10% em 2021. Avaliação é de Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia de Produtos para Saúde (ABIMED). Para ele, os juros altos são “um remédio muito amargo para a economia”. Por isso, é fundamental que sua relação custo-benefício seja positiva.

O recrudescimento dos índices inflacionários preocupa o setor representado pela ABIMED, que espera um grande esforço do governo, da sociedade e do universo corporativo no sentido de impedir a continuidade de sua escalada este ano. “Trata-se de um fenômeno mundial, causado pela crise da Covid-19, que atingiu o Brasil de maneira mais contundente do que a outros países”, frisa Fernando Silveira Filho, acentuando: “Vencer o risco inflacionário é um desafio crucial, pois com menores índices, poderemos retomar um novo fluxo de redução dos juros, fator que contribui para o avanço do PIB”.

Apesar das dificuldades ainda presentes na economia, da inflação acima da meta e da quarta onda da pandemia, provocada pela variante Ômicron, a ABIMED apresenta perspectivas positivas do setor para 2022. Levantamento realizado pela entidade nas empresas associadas, no final do ano passado, mostra que 66% das respondentes apontaram expectativa de crescimento na base de negócios. O resultado, portanto, gera perspectivas de novas contratações e sustentação dos investimentos.

“Este ano será relevante para os brasileiros, que irão às urnas para eleger o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Seria bastante produtivo para o País se o Congresso Nacional, cuja presente legislatura conseguiu aprovar medidas importantes, conseguisse conciliar a agenda eleitoral com o prosseguimento das reformas estruturais, principalmente a tributária e a administrativa. Ambas são fundamentais para o fomento econômico, queda da inflação e dos juros”, conclui Fernando Silveira Filho.

 

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