Cresce 2% o número de usuários de planos de saúde no Centro-Oeste

• Dados da ANS e da ANAB, juntos, indicam maior importância dada ao benefício pelos moradores da região
• De acordo com pesquisa de opinião, só perde para viagens e casa própria
• Pandemia fez a preocupação com acesso a saúde aumentar para 72% dos entrevistados

O ano de 2021 ainda não acabou, mas já indica um caminho: o número de usuários de plano de saúde no Brasil só cresce e essa é uma tendência. Em outubro, de acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o número de beneficiários no país registrou seu aumento mais significativo desde março de 2016, totalizando 48.575.935 pessoas. No Centro-Oeste, a adesão ao plano de saúde chegou a 67.106 pessoas em outubro deste ano, 2% maior do que no mesmo mês de 2020.

Não à toa, o benefício é considerado a terceira maior conquista dos moradores dos quatro estados da região em 2021, segundo a Pesquisa ANAB de Planos de Saúde, da Associação Nacional de Administradoras de Benefícios, em parceria com o instituto Bateiah Estratégia e Reputação. Para 17,5% dos entrevistados, ter plano é uma conquista que fica atrás apenas de viagens (28,3%) e casa própria (27,2%).

O levantamento mostra também que 72,6% dos entrevistados na região disseram que a pandemia fez a preocupação com o acesso a tratamentos de saúde aumentar. Nesse sentido, o plano é visto como uma segurança para o caso de necessidade por 83,7% dos respondentes.

Para o presidente da ANAB, Alessandro Acayaba de Toledo, a insegurança econômica e sanitária vivida a partir da pandemia fizeram o brasileiro olhar com mais atenção para as questões de saúde.

“De modo geral, nosso sistema público de saúde passou por momentos de superlotação e até esgotamento nesse período de quase dois anos. Não apenas a preocupação aumentou, como também despertou a necessidade de ter a garantia de atendimento médico sempre que precisar”, explica.

O estudo da ANAB mostrou ainda que os fatores que mais influenciam a escolha do plano de saúde no Centro-Oeste são agilidade no atendimento (38,8%), facilidade de autorização de procedimentos (18,3%) e rede de hospitais contemplados (3,5%). Os tipos de serviços mais utilizados na região são consultas com especialistas (62,7%), consultas de rotina (20,1%) e exames (8,1%).

A pesquisa ANAB sobre percepção dos planos de saúde no Brasil foi realizada entre os dias 16 e 28 de setembro por meio de entrevistas telefônicas com 1006 beneficiários a partir de 16 anos em 420 municípios do país. De acordo com o instituto Bateiah Estratégia e Reputação, a margem de erro é de 3%.

O papel das administradoras de benefícios – A ANAB representa as empresas que fazem a gestão e comercialização de planos de saúde coletivos, aquela em que o benefício é vinculado a alguma empresa ou entidade de classe a que o consumidor pertença. De acordo com a ANS, há 168 administradoras de benefícios cadastradas no país.

Levantamento da ANAB aponta que, nos últimos 8 anos, quem tinha uma administradora de benefícios na gestão do plano de saúde pagou R$ 6,6 bilhões a menos de reajuste das operadoras. Esse valor representa a diferença entre o pedido pelas operadoras para o reajuste anual e o efetivamente cobrado dos clientes das administradoras de benefícios após a atuação dessas empresas na negociação em prol dos consumidores.