Diabetes atinge 21,5 milhões de brasileiros até 2030

De Rafael

A doença é responsável por milhões de mortes anuais, sendo só em 2021 mais de 6 milhões de óbitos no mundo, 1 a cada 5 segundos

A nutricionista e CEO da CalcLab, Karla Lacerda – Crédito – Natália Jaguaribe

Mundialmente, a diabetes se tornou um sério desafio para os agentes de saúde, impactando todas as esferas responsáveis, incluindo governos e entidades internacionais. Todas as previsões mais recentes vêm sendo superadas a cada nova triagem e a projeção global do Atlas da Federação Internacional da Diabetes (IDF) para diabetes, em 2025, era de 438 milhões. Contudo, antes mesmo do prazo final, essa previsão já foi ajustada para 463 milhões em 2022.

O Brasil é o 5º país com maior incidência de pacientes diagnosticados com diabetes no mundo, com mais de 16,8 milhões de casos em pessoas entre 20 a 79 anos, estando atrás somente da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. A estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões de brasileiros.

A nutricionista, pós-graduada em Nutrição Funcional e CEO da CalcLab (plataforma que faz leitura diagnóstica de exames laboratoriais), Karla Lacerda, explica que a Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome do metabolismo considerada uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz, de origem múltipla, decorrente da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos.

A insulina é o hormônio produzido pelas células Beta no pâncreas cuja principal função é a manutenção do metabolismo da glicose no corpo. Sua ausência provoca desequilíbrio no metabolismo e emprego adequado da glicose, gerando assim um quadro de diabetes. Caracteriza-se por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.

Em 2021 foram gastos, no mundo, mais de 65 bilhões de dólares com os desfechos de diabetes, de acordo com os dados do Atlas de Diabetes IDF.

Atualmente, a diabetes é responsável por milhões de mortes anuais, sendo só em 2021 mais de 6 milhões de óbitos, 1 a cada 5 segundos. Essa é a doença que mais gera custo, gastos e despesas para todos os envolvidos, em 2021 foram gastos, no mundo, mais de 65 bilhões de dólares com os desfechos de diabetes. Na América do Sul 1 a cada 11 adultos já têm o diagnóstico de Diabetes, de acordo com o levantamento do Atlas de Diabetes IDF.

Nos últimos dez anos houve um aumento de 26,61% no número de pacientes diabéticos no Brasil, segundo dados do Atlas do Diabetes, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF). Por isso, no dia 26 de junho a população nacional se mobiliza para a expansão da conscientização sobre a Diabetes Mellitus.

As duas principais formas de manifestação da doença são o tipo 1 e o tipo 2. O Tipo 1 se manifesta principalmente na infância ou adolescência, mas em casos mais raros, pode ser diagnosticado em adultos também e é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a manejar os níveis sanguíneos de glicose.

“Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2, justamente por ser possível adquirir a doença através de hábitos alimentares muito ruins ao longo da vida”, diz Karla Lacerda.

A nutricionista relata que em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca erroneamente e de forma equivocada as células beta do pâncreas, destruindo o produtor de insulina, logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo e como consequência disso, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. “Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 de diabetes, que concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença”.

Ela ainda explica que o Tipo 2 normalmente é adquirido quando o organismo, após estressar esse mecanismo de produção de insulina, não consegue mais usar adequadamente a que produz; ou não produz insulina suficiente para naturalmente controlar a glicemia. “Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2, justamente por ser possível adquirir a doença através de hábitos alimentares muito ruins ao longo da vida, o que resulta da resistência à insulina e de deficiência na sua secreção”, diz Karla.

A doença aparece mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar e dependendo do grau ou gravidade, pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. “Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose”, completa a nutricionista.

Inovação

Startup cria mecanismo inovador para auxílio do diagnóstico

Frente a esse cenário desafiador de diagnóstico da Diabetes, o inovador software CalcLab  vem revolucionar a forma como é feita a identificação, diagnóstico e acompanhamento de doenças crônicas desta e outras doenças que são frequentes na população brasileira.

“A metodologia prioriza a prevenção da saúde ao invés de apenas tratar a doença”, diz Karla Lacerda.

“O software desenhado para profissionais da saúde, faz a leitura de todos os parâmetros do exame de sangue ao mesmo tempo, fazendo interrelações e cálculos entre esses parâmetros e apresenta para o profissional um relatório com uma breve análise de todas as relações feitas todos os parâmetros alterados e aponta possíveis diagnósticos ou desfechos que os exames já apontam preventivamente” descreve Karla que é a CEO da startup que desenvolveu o software.

No caso da diabetes, o CalcLab já conseguiria apontar para os profissionais da saúde valores de Hemoglobina Glicada, glicemia, teste de tolerância a glicose, frutosamina, cálculo de HOMA IR, HOMA beta, peptídeo C, entre outros, que mesmo dentro dos valores de referência já apresentam risco para os pacientes desenvolverem de fato a doença.

O objetivo é que o profissional de saúde já se atente para alteração desses e mais diversos exames antes deles chegarem a valores de diagnóstico de doença. “Com isto, o CalcLab se propõe a ser uma ferramenta preventiva para que o profissional acompanhe todos os exames que não estão ideais em seus pacientes e já adote uma conduta preventiva, afastando de seu paciente a possibilidade de desenvolver doenças”.

Paradigma

De acordo com o estudo desenvolvido para criar o software, para identificar um pré-diabético, por exemplo, o CalcLab vai apontar exames como hemoglobina glicada, HOMA IR, glicemia com pequenas alterações fora do valor ideal e indicar para o profissional o possível desfecho desse paciente caso ele não faça os ajustes solicitados na conduta do profissional.

“A utilização de valores ideias em vez de valores de referência vem para ser o primeiro passo na mudança e quebra desse paradigma, com o cálculo sendo feito sobre os valores de referência”, diz Karla.

Ela ainda explica que a maioria dos pacientes já apresentam diversas sintomatologias antes mesmo dos exames apresentarem alteração nos valores de referência. “Essa perspectiva vem para inovar a forma de análise e visa trazer para o padrão de todos os profissionais a metodologia de sempre priorizar a prevenção da saúde ao invés de apenas tratar a doença”.

O encorajamento a acompanhamento mais frequente, melhora e mudança de hábitos corroboram com a nova tendência que o software CalcLab vem implementando na esfera da saúde preventiva e de longevidade. O profissional munido do CalcLab, cria um ecossistema de cuidados e prevenção trabalhando para que o paciente tenha ferramentas para evitar que a doença se instale ou tenha um melhor e maior controle no caso de um paciente diabético, por exemplo. “A diabetes, assim como outras doenças crônicas são avassaladoras e todas as ferramentas para controlá-las e suprimi-las devem ser utilizadas”, finaliza.

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