Em 2022, mais de 10 mil pessoas irão desenvolver câncer de bexiga

De Rafael

No mês da conscientização da doença que tem globalmente cerca de 573.000 novos casos e mais de 212.000 mortes por ano é importante reconhecer seus sintomas em busca de um diagnóstico precoce

Julho é o mês da Conscientização do Câncer de Bexiga, uma das doenças mais comuns no mundo que causa a morte de mais de 200 mil pessoas por ano. Por isso, conhecer sintomas do câncer de bexiga é mais que importante. Isso porque, eles são facilmente confundidos com sinais de doenças mais comuns, como a infecção urinária. A negligência dos sintomas e a consequente demora na busca por atendimento médico podem levar a diagnósticos em estágios avançados, o que prejudica o tratamento.

“Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2022, 7600 homens e 3050 mulheres irão desenvolver câncer de bexiga, é o sétimo câncer mais comum entre os homens e o 14º entre as mulheres”, diz o oncologista Diogo Rosa.

O câncer de bexiga é caracterizado pelo desenvolvimento de células anormais no revestimento da bexiga. Existem três tipos principais de câncer de bexiga: carcinoma Urotelial, também conhecido como carcinoma de células transicionais (CCT), que se desenvolve nas células do revestimento da bexiga. Esse é, de longe, o tipo mais comum de câncer de bexiga, correspondendo a cerca de 90% de todos os casos; Carcinoma espinocelular, que se inicia nas células escamosas do revestimento da bexiga e corresponde a 4% de todos os cânceres de bexiga; e o Adenocarcinoma, que se inicia nas células glandulares no revestimento da bexiga e corresponde a 2% de todos os cânceres de bexiga.

As opções de tratamento vão depender do grau de evolução da doença. “No Brasil, há uma evolução muito grande nas opções terapêuticas. O câncer de bexiga pode ser tratado por imunoterapia, uma opção bastante estabelecida, há ainda as terapias intravesical com BCG aplicada diretamente no órgão, e mais recentemente a terapia com anticorpo conjugado a droga (ADC), como o enfortumabe, que funciona como um ‘míssil teleguiado’, atacando preferencialmente as células cancerígenas. Essa nova classe de medicamento consegue uma eficiência maior”, explica o médico.O principal sintoma da doença é a presença de sangue na urina, um sintoma comum que pode indicar outras doenças como um cálculo renal ou um aumento da próstata no caso dos homens. “Pelo fato de a bexiga estar em contato com o meio externo através da urina, o paciente vê o sangue e costuma procurar um médico. Essa presença não é contínua, os sangramentos podem estar espaçados por uma semana em alguns casos e a frequência vai aumentando, mas é importante ao primeiro sinal a pessoa procurar um médico para um diagnóstico preciso e precoce”, conta.

O diagnóstico do câncer de bexiga pode ser feito por exames de urina e de imagem, como tomografia computadorizada e citoscopia (investigação interna da bexiga por um instrumento dotado de câmera). Durante a citoscopia podem ser retiradas células para biópsia. Havendo um tumor, se inicia uma investigação cirúrgica.

As opções de tratamento vão depender do grau de evolução da doença. “No Brasil, há uma evolução muito grande nas opções terapêuticas. O câncer de bexiga pode ser tratado por imunoterapia, uma opção bastante estabelecida, há ainda as terapias alvo com a vacina BCG aplicada no órgão, e mais recentemente a terapia com anticorpo conjugado a droga (ADC), como o enfortumabe, que funciona como um ‘míssil teleguiado’, atacando apenas as células cancerígenas. Essa nova classe de medicamento consegue uma eficiência maior”, explica o médico.

Em casos nos quais a intervenção cirúrgica se faz necessária, há três tipos disponíveis: ressecção transuretral (quando o médico remove o tumor por via uretral), cistetectomia parcial (retirada de uma parte da bexiga) ou cistetectomia radical (remoção completa da bexiga, com a posterior reconstrução do trato urinário).

Uma alternativa é a radioterapia, que pode ser adotada em casos selecionados que tem contra-indicacao à retirada da bexiga. A quimioterapia também pode ser sistêmica (injetada na veia) ou intravesical (aplicada diretamente na bexiga através de um tubo introduzido pela uretra).

A taxa de mortalidade no câncer de bexiga depende muito da agressividade de cada caso. Nos mais agressivos, quando a doença ataca a parede do órgão, pode chegar a 95%. Entretanto, nos casos com menor agressividade, a chance de cura chega a 85%. “O diagnóstico precoce é o que faz a diferença para ajudar que a doença se alastre rapidamente”, finaliza o oncologista.

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