Com previsão de otimizar recursos da saúde pública em 40 localidades até 2023, o curso é uma iniciativa do PROADI-SUS, liderada pelo Einstein, em parceria com o Ministério da Saúde
A área de gestão em saúde necessita de especialistas que saibam lidar com temas de alta complexidade, demanda superior à capacidade disponível e orçamentos finitos. Pensando nisso, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde, irá capacitar profissionais do SUS em gestão e excelência operacional por meio de um curso de pós-graduação que contempla projetos aplicados com foco em problemas reais das organizações de saúde envolvidas. O projeto é conduzido pelo Hospital Israelita Albert Einstein, uma das seis instituições de excelência que compõem o PROADI-SUS.
A iniciativa, inédita na América Latina, é gratuita e contemplará profissionais de hospitais públicos que desejam se especializar na utilização eficaz dos recursos. Até o final de 2023, o programa qualificará aproximadamente 300 profissionais de diferentes regiões do Brasil, que serão divididos em 5 turmas. Atualmente, 200 alunos já participam das aulas no modelo híbrido (online ao vivo e presencial).
“O objetivo desse projeto é garantir uma prática eficaz, capaz não somente de solucionar problemas, mas também de melhorar o contexto social por meio de uma gestão responsável e do uso eficiente dos recursos. Para isso, utilizamos uma abordagem simples e prática, mas ao mesmo tempo eficiente em toda a organização, atuando diretamente nas dificuldades enfrentadas pelos gestores do SUS”, explica Éderson Almeida, coordenador do projeto no Einstein.
As aulas são baseadas nos seguintes pilares: estratégia e inovação, gestão da rotina, cadeia de valor na área da saúde, liderança e excelência operacional. O objetivo é contribuir para a formação e aprimoramento de líderes que atuam na área de saúde pública do país.
“O curso é amplo, pensado não só para um perfil profissional, mas para as atuais e futuras lideranças do setor. Durante as aulas, os profissionais terão contato com estratégias e inovações no setor da saúde, assim como o uso de dados no processo decisório e simulações de sistemas complexos. Além disso, outras técnicas empregadas em diferentes áreas de conhecimento, possibilitando o entendimento de modelos preditivos, análises de custo-efetividade, etc. Assim, serão orientados sobre como o sistema deve se organizar para o futuro”, diz Eduardo Nascimento, coordenador do projeto no Einstein.
Ao final do curso, os alunos irão ao Centro de Simulação Realística do Einstein, em São Paulo, onde são realizados treinamentos e aulas presenciais. Os profissionais envolvidos na coordenação e execução deste projeto também realizam um trabalho de tutoria e visitam os hospitais participantes para acompanhamento dos projetos aplicados liderados pelos alunos. “Durante pouco mais de um ano, os profissionais são mentorados por professores do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Einstein, referência em gestão da saúde, e desafiados a desenvolver um projeto aplicado, desenvolvido nas instituições em que atuam, abrangendo diferentes campos da área de gestão hospitalar”, ressalta Éderson Almeida.
De acordo com Eduardo Nascimento, a troca de experiências entre os profissionais é um dos maiores legados do curso, visto que os alunos são orientados a desenvolver os seus projetos a partir de problemas reais. “Os ganhos para o SUS são muito significativos à medida que as próprias instituições passam a reconhecer suas deficiências e trabalham para reduzir ou eliminar desperdícios. Recursos e esforços, antes destinados para soluções de baixa efetividade, serão repassados para o usuário em melhorias no atendimento e estrutura, além de contribuir para mudança de cultura da instituição, que passa a trabalhar todos os seus processos de maneira mais efetiva”, conclui.
Todas as turmas, cinco, serão iniciadas em 2022 e, destas quatro já estão em andamento com aulas em Brasília, Manaus, Belém e Recife.
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