Especialista do Hospital São José ressalta a importância dos cuidados no pré e pós-operatório
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o número de procedimentos realizados no último ano foi quase 23% maior em relação a 2019. O procedimento vem ganhando espaço nos últimos anos entre pacientes que têm dificuldade de perda de peso com métodos tradicionais (dieta, exercícios, entre outros) e que tenham obesidade grau II associada a doenças relacionadas ou obesidade grau III (IMC > 35 + doenças ou IMC > 40).
De acordo com o cirurgião geral do Hospital São José, Dr. Mauro Savattone, antes da realização do procedimento, alguns cuidados e uma série de exames pré-operatórios devem ser realizados a fim de ajudar a entender o quanto a obesidade está impactando a vida do indivíduo.
“É muito importante que a cirurgia e o processo de emagrecimento sejam conduzidos por equipe especializada – com, no mínimo, cirurgião bariátrico, nutricionista, endócrino e psicóloga especializada”, alerta o médico.
Dr. Mauro afirma que hoje a cirurgia é muito segura, atingindo mortalidade menor que 0,1% em algumas séries. Os riscos dependem da técnica empregada, mas, de maneira geral, são: refluxo gastroesofágico, dumping, fístulas, sangramento, reoperação, hérnias e trombose.
No pós-operatório os cuidados não podem ser deixados de lado. É importante manter uma dieta especial e adotar um estilo de vida mais saudável, que conte com exercícios físicos, afinal, a realização da cirurgia não é uma garantia de nunca mais engordar. Como todas as terapias para perda de peso, é possível ter recidiva do peso após a cirurgia. Contudo, hoje a cirurgia bariátrica é considerada o procedimento que tem melhor perda ponderal, controle das comorbidades com uma das menores recidivas de peso.
“Para evitar esse problema é muito importante que o paciente siga com a equipe multidisciplinar e tenha, de fato, uma mudança no estilo de vida. Além disso, algumas adaptações alimentares são necessárias após a cirurgia. O paciente bariátrico deve ingerir uma quantidade maior de proteína, além de ter uma limitação relativa à quantidade que consegue se alimentar. Alguns pacientes de algumas técnicas cirúrgicas podem ter também dificuldade na ingestão de doces ou alimentos ricos em carboidratos. Tudo deve ser conversado com o médico que realizou o procedimento”, comenta o médico.
O tempo até que consigam ser percebidos os resultados é individual e depende do organismo e histórico do paciente. Ele comenta que muitos resultados são praticamente imediatos, como ajuste no controle da pressão arterial e melhora no controle do diabetes, enquanto os estéticos e perceptíveis podem demorar um pouco mais. De maneira geral, o esperado é que em 30 dias o paciente perca, em média, 10% do peso inicial.
Por fim, o cirurgião explica que, atualmente, chama-se de cirurgia bariátrica e metabólica pelo potencial que o procedimento tem na melhora das comorbidades. Esta possui vários benefícios para o paciente, além da própria perda de peso. São eles: perda ponderal, melhora das comorbidades, melhora da autoestima, além de pacientes mais bem dispostos às atividades do dia a dia.