Dia Mundial da Luta Contra a AIDS – doença ainda é a DST mais letal do planeta

De Rafael

A Afip Medicina Diagnóstica fez os primeiros exames de sorologia na década de 1980 e hoje realiza cerca de 270 mil testes ao ano; aproximadamente 2.700 casos são positivos.

1° de dezembro é o Dia Mundial da Luta Contra a AIDS, uma data marcada para trazer a debate a infecção por HIV e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), uma doença sexualmente transmissível capaz de levar à morte. Em 2019, foram cerca de 690 mil vítimas fatais no mundo.  A maioria dos países realiza ações para conscientizar sobre o que é, como tratar, como evitar o contágio e o preconceito. Para a Afip Medicina Diagnóstica, o início da epidemia na década de 1980 se mistura com a própria história do laboratório, que enfrentou as adversidades e realizou os primeiros testes de sorologia.

Segundo Débora Ribeiro Ramadan, diretora técnica da Afip Medicina Diagnóstica, nesta época surgiam os primeiros casos de AIDS no Brasil e havia ainda muita desinformação e medo a respeito do contágio. “Isto trazia consequências para o correto diagnóstico da doença”, diz.

“Alguns laboratórios clínicos tradicionais ainda relutavam em processar este tipo de amostras, e a AFIP (Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa – afip.com.br) resolveu utilizar a estrutura já montada de seu laboratório neste trabalho pioneiro com o objetivo de dar acesso amplo a toda população para a realização do exame. Com isso podemos dizer que o exame de HIV deu origem à AFIP Medicina Diagnóstica”, recorda a diretora técnica.

Ela explica que ao longo desses anos houve uma evolução muito grande, não só no diagnóstico da doença com a melhoria dos testes para detecção, como também no tratamento. Surgiram testes cada vez mais sensíveis e específicos, automatizados e que permitem a testagem em larga escala. A Afip Medicina Diagnóstica realiza anualmente em média 270 mil testes de sorologia, destes, aproximadamente 1% são positivados, ou seja, em torno de 2.700 casos

No decorrer dos tempos, o Ministério da Saúde disponibilizou orientações através de manuais técnicos contendo opções de fluxogramas para testagem da doença e, desde então, vêm sendo amplamente utilizados pelos estabelecimentos de saúde. Além disso, houve grande avanço no tratamento e controle da doença com a evolução dos antirretrovirais.

Com a detecção precoce e utilização de antirretrovirais, a doença pode ser tratada e controlada. “Mais do que tratável, avanços registrados nos últimos anos indicam possível cura para a doença”, afirma Ramadan. Ela explica que casos indicando remissão da doença vêm sendo estudados. A evolução de engenharia genética vem contribuindo com a elaboração de vacinas em fases avançadas de estudo e pesquisas apontam que o tratamento eficaz com antirretrovirais podem impedir a transmissão da doença.

Uma breve história

A epidemia de AIDS atingiu primeiramente homens, mais especificamente homossexuais. Em 1986, observava-se 39 mortes masculinas para cada uma morte feminina.  Mas a doença logo atingiu as mulheres de forma intensa.  Conforme a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em 1995 esta relação era de 3 homens para uma mulher e, no início do século XXI, chegou a duas mortes masculinas para cada feminina, permanecendo assim até hoje.  Esta situação indica a expansão da epidemia de Aids entre as mulheres.

De acordo com o Ministério da Saúde, desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) todos os medicamentos antirretrovirais e, desde 2013, o SUS garante tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), independentemente da carga viral.

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