SBMN apoia Fevereiro Roxo e indica exames promissores para detecção do Alzheimer

De Rafael

Além do Alzheimer, campanha chama a atenção para a Fibromialgia e o Lúpus, doenças distintas, mas que têm em comum o fato de não possuírem cura

Fibromialgia, Lúpus e Alzheimer são doenças diferentes, mas que apresentam pelo menos um ponto em comum: são incuráveis. A campanha Fevereiro Roxo foi criada em 2014 como forma de conscientizar a população para a importância do diagnóstico precoce dessas três enfermidades.

A Fibromialgia – caracterizada por dor no corpo, principalmente na musculatura – é vista em pelo menos 5% dos pacientes que vão a um consultório de Clínica Médica e em 10 a 15% dos pacientes que vão a um consultório de Reumatologia. De cada 10 pacientes com Fibromialgia, sete a nove são mulheres. O Lúpus – doença inflamatória e autoimune que afeta múltiplos órgãos e tecidos como pele, articulações, cérebro e rins – também atinge majoritariamente as mulheres. No Brasil, estimativas indicam que existam cerca de 65.000 pessoas com lúpus. Por fim, estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.

“Nenhum teste pode determinar, com absoluta precisão, se uma pessoa tem a doença de Alzheimer. O diagnóstico é feito determinando a presença de certos sintomas e descartando outras causas de demência. Isso envolve uma avaliação médica cuidadosa, incluindo um histórico médico completo, testes de estado mental, um exame físico e neurológico, exames de sangue e de imagens cerebrais”, pondera a Dra. Cristina Matushita, diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).

Um dos exames mais promissores é o PET Scan que utiliza um radiotraçador chamado 18F-Florbetaben (Neuraceq). O exame consiste em marcar uma proteína, chamada beta-amilóide, que se acumula no cérebro, formando placas, quando a pessoa tem Alzheimer.

“Antigamente, para se confirmar o diagnóstico clínico de Doença de Alzheimer, só após o óbito. O paciente apresentava o sintoma, eram realizados os exames clínicos, porém, apenas após o óbito, quando se realizava a autópsia, é que se identificava a presença da proteína no cérebro. Atualmente, a presença destas proteínas pode ser avaliada em vida, através do exame com o novo radiotraçador”, explica a Dra. Cristina Matushita.

Entende-se por demência um grupo de sintomas associados a declínio na memória, no raciocínio ou em outras habilidades de pensamento. O indivíduo pode se lembrar de acontecimentos antigos e se esquecer de fatos recentes, ocorridos no mesmo dia, por exemplo. “A demência não é uma parte normal do envelhecimento. É causada por danos às células cerebrais que afetam sua capacidade de se comunicar, o que pode afetar o pensamento, o comportamento e os sentimentos. É importante definir qual a causa da demência do paciente a fim de escolher o melhor tratamento e/ou melhor medicação para retardar o avanço da doença”, salienta a Dra. Cristina Matushita.

Existem muitos tipos diferentes de demência e muitas condições podem causá-la. “A demência mista, por exemplo, é uma condição na qual ocorrem alterações cerebrais de mais de um tipo de demência simultaneamente. Citamos a demência com Corpos de Lewy, a demência frontotemporal, entre outras. Mas a doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência, representando cerca de 60 a 80% dos casos de demência. Por isso, a importância do diagnóstico correto e precoce”, finaliza a diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).

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